quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Ataques a Dilma negam humanidade de ministra e protagonismo das mulheres

A globo está com os tucanos malucos e a record com Lula - boicotem a monopolista globo, que apoiou a ditadura militar! Eles querem controlar o Brasil para sempre! São golpistas desde sempre, agoram querem acabar com a concorrência na marra.
Ah, e o PT está não somente com a Igreja Católica aliada a Dilma, mas também com os crentes da Universal.
Só restou para o Serra a Opus Dei do Alckimim. Essa seita começou na Espanha e se espalhou para o mundo todo. Eles querem controlar o mundo.

de um ex-global:

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/ataques-a-dilma-negam-humanidade-de-ministra-e-protagonismo-das-mulheres/




Ataques a Dilma negam humanidade de ministra e protagonismo das mulheres

Atualizado em 10 de fevereiro de 2010 às 19:20 Publicado em 10 de fevereiro de 2010 às 18:07
por Luiz Carlos Azenha

Eu acho que vocês, mulheres, poderiam montar um blog para colecionar os ataques com tons machistas e sexistas que os tucanos e o PSDB estão disparando contra a ministra Dilma Rousseff.
Não se trata apenas de uma crítica política a que Fernando Henrique Cardoso e o senador Tasso Jereissati estão fazendo à ministra. É uma tentativa mal disfarçada de desqualificar a pessoa, como se ela fosse apenas "reflexo" de um líder (nas palavras do ex-presidente) ou uma "candidata de silicone", nas palavras de Jereissati. As duas críticas negam humanidade à ministra. E negam também protagonismo. As duas críticas tentam pintar Dilma como um pedaço de geléia, inerte, sem vontade própria -- características que muitos homens brasileiros gostam de ver em "suas" mulheres, mas que não são boas em uma líder.
Temos, então, um paradoxo: para alguns, Dilma a "terrorista"; para outros, Dilma a "boneca inflavel". Duas formas de sugerir ao eleitorado que se trata de uma mulher "que não vale nada".
Presumo que isso seja coisa de marqueteiro, que pretende explorar o preconceito contra as mulheres que existe no eleitorado, inclusive no eleitorado feminino. A ideia da "duplicidade" feminina serve muito bem a essa estratégia, embora no final das contas acabe alvejando as pretensões femininas, de todas as brasileiras, nos campos político, pessoal e profissional.
Não deixa de ser cômico, no entanto, ver o senador Jereissati dizendo que Dilma não tem o "physique du rôle" adequado à presidência. Parece um coronel político ditando como a mulher deve ou não ser, pode ou não ser. E essa fixação por "desmascarar" a mulher que não sabe o seu lugar... Sei não, mas acho que o Tasso está tentando dizer que, se ele fosse mulher, seria uma mulher muito mais atraente e interessante que a Dilma.

http://www.noolhar.com/opovo/politica/952579.html

Tasso chama Dilma de ``liderança de silicone``

O senador cearense puxou o debate com fortes críticas à ministra e teve o apoio de outros opositores, que a chamaram de ``Frankenstein``, ``ventríloquo`` e disseram que ela não pensa. Aliados rebateram acusando Tasso de ser preconceituoso

Depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) de ``reflexo de um líder``, ontem foi a vez de senadores do partido reforçarem as críticas à candidata do PT à sucessão presidencial. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) chamou Dilma de ``liderança de silicone`` por ser, segundo ele, ``bonita por fora, mas falsa por dentro.``

Num debate que durou duas horas e contou com a participação de 11 senadores (só 3 da base aliada do governo), a ministra foi chamada de ``Frankenstein``, por Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), ``ventríloquo``, por Marisa Serrano (PSDB-MT), e acusada de não pensar pelo presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE).

``Temos o problema do vice, enquanto eles precisam decidir o que fazer com Ciro Gomes (pré-candidato pelo PSB). O Ciro fala e pensa. Dilma, se pensa, ninguém viu até agora``, afirmou Guerra.

Tasso, que provocou o debate, disse que sua intenção era rebater números do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal vitrine da ministra. Segundo ele, o governo tem incluído investimentos com recursos privados. Ele citou o financiamento de imóveis usados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), formado pela carteira de poupança e financiamento imobiliário dos bancos.

``Essa mentira (sobre números do PAC) que foi colocada pela ministra Dilma não pode ficar passando como verdade, e, de novo, essa liderança de silicone que está sendo construída, falsa, bonita por fora, mas falsa por dentro, sem dúvida nenhuma, precisa começar a ser desmascarada``, disse Tasso.

Preconceito
Ao defender a ministra, o senador João Pedro (PT-AM), suplente do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, pediu a Tasso que a respeitasse. Serys Slhessarenko (PT-MT) acusou o cearense de preconceituoso com as mulheres. Como resposta, Tasso lembrou que foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quem baixou o tom do debate ao chamar o presidente nacional do PSDB de ``babaca``.

``A Dilma é competente. A crítica de que ela não tem experiência foi feita ao Lula, e ele sai do governo aclamado``, disse João Pedro. ``Dilma nunca esteve à sombra do Lula, mas ao lado``, reforçou Slhessarenko. (da Folhapress)

Opinião - O show e o projeto poder

ótimo esse artigo...

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100211/not_imp509590,0.php

Quinta-Feira, 11 de Fevereiro de 2010 | Versão Impressa

O show e o projeto poder

Rolf Kuntz*

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Boneca de ventríloquo? Nem sempre. Nenhum ventríloquo, a não ser por gozação, teria chamado Governador Valadares de Juiz de Fora duas vezes na mesma visita. Nem teria mencionado o ambiente como "ameaça ao desenvolvimento", especialmente em Copenhague durante a conferência do clima. Também não teria respondido a uma repórter de forma truculenta, usando com ar de superioridade a expressão "minha filha". Tudo isso é Dilma Rousseff na sua mais autêntica expressão. O problema não é falta de carisma nem de liderança. A escassez é de atributos mais básicos. Também é puro Dilma Rousseff o desafio lançado na terça-feira: "Se quiserem, vamos comparar número por número, obra por obra, casa por casa, escola por escola, emprego por emprego."

Partindo de Lula, esse desafio seria apenas mais uma esperteza, rasteira como tantas outras. Na boca da ministra, ganha um tom diferente: ela parece acreditar na relevância e no valor informativo desse confronto de números e de obras. Também essa crença é indicativa do padrão da Mãe do PAC.

A comparação relevante é outra, mas não é assunto para palanque nem proporciona grande novidade ao público razoavelmente informado. O crescimento econômico do período Lula simplesmente não teria ocorrido sem o governo anterior - de fato, sem os dois governos anteriores.

A economia brasileira foi reformatada entre 1994 e 2002. Nenhum avanço teria ocorrido a partir de 2003, se não se tivesse eliminado a hiperinflação e não se houvessem criado as bases para uma política monetária eficiente e para um controle maior das contas públicas.

Tudo isso é bem conhecido e realizações desse tipo não são comparáveis com números de obras e de empregos. São condições para a execução sustentável de programas de obras e de criação de empregos.

O presidente Lula sabe disso. Evita reconhecê-lo, mas poderia ter contado essa parte da história à ministra Dilma, para instruí-la um pouco mais sobre os fatos. Ela tem um diploma de economista e essa conversa poderia trazer-lhe sugestivas lembranças da vida escolar.

Foram cometidos, é claro, alguns erros graves no governo de Fernando Henrique Cardoso. A valorização cambial prolongada foi um desses equívocos. Funcionou como âncora dos preços durante algum tempo, mas acabou prejudicando o equilíbrio externo. Economistas do governo confiaram demais na poupança estrangeira como fator de crescimento e o fizeram no pior momento, num mundo cheio de turbulências.

A crise cambial de janeiro de 1999 foi o preço desse erro. Mas a recuperação foi rápida e as inovações implantadas no mesmo ano - câmbio flutuante e metas de inflação - tornaram-se elementos essenciais da política econômica, juntamente com o compromisso do superávit primário. O presidente Lula manteve esse conjunto de instrumentos. A Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000, e a disciplina imposta a Estados e municípios, quando suas dívidas foram renegociadas nos anos 90, completaram o balizamento da política econômica.

Inovações desse tipo foram imensamente mais complicadas, em termos técnicos e políticos, do que qualquer realização a partir de 2003. Além do mais, a abertura da economia brasileira, no começo dos anos 90, a privatização de atividades típicas de mercado e a modernização da política do petróleo aumentaram a eficiência e a competitividade da produção. O sucesso do governo Lula - e isso inclui a redução da pobreza - foi um desdobramento dessas mudanças.

Quando se examina a história recente a partir desse ponto de vista, fica evidente o absurdo da comparação de obras e números, embora também os avanços na redução da desigualdade e na universalização do ensino fundamental tenham começado bem antes de 2003. As séries históricas do IBGE não deixam dúvida quanto a isso.

Alguns dos petistas mais articulados, como o recém-eleito presidente do partido, José Eduardo Dutra, falam em continuidade, prometem a manutenção das bases de uma economia saudável e desafiam os tucanos a detalhar seus planos de mudança. Esse é o desafio sério, não o da comparação estapafúrdia proposta pela ministra Dilma Rousseff. Mas o presidente Lula escolheu a ministra como candidata, embora nada, em seu currículo administrativo ou político, a recomende para o cargo. Que plano de poder dá sentido a essa escolha? Eis um tema de reflexão para o eleitor preocupado com a democracia.

*Rolf Kuntz é jornalista

Oposição sugere GPS para Dilma evitar gafes

Oposição sugere GPS para Dilma evitar gafes

Thiago Herdy - Estado de Minas

Publicação: 11/02/2010 06:29 Atualização: 11/02/2010 07:30

As gafes da ministra da Casa Civil e candidata do presidente Lula à sucessão, Dilma Rousseff, na visita a Governador Valadares, no Vale do Aço, foram alvo de críticas de deputados estaduais do PSDB na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Depois de discursar no plenário, o ex-secretário de Saúde do governo de Minas, o deputado estadual Marcus Pestana (PSDB), entregou um localizador por satélite (GPS) ao líder do PT, o deputado Padre João (PT), para que a ministra se oriente e não chame mais Governador Valadares de Juiz de Fora.

Na visita de terça-feira a Valadares, por duas vezes Dilma se confundiu a respeito do local onde discursava e saudou os valadarenses como moradores da cidade que fica na Zona da Mata. “Há um grande esforço dos companheiros do PT para tornar a Dilma mineira. Mas chamar minha Juiz de Fora de Valadares é uma gafe imperdoável para uma candidata que quer ser presidente. Por isso peço ao Padre João que entregue esse GPS à ministra, para que ela se localize em Minas Gerais”, disse Pestana.

O deputado Lafayette Andrada (PSDB) pegou carona no discurso do colega e levou também a Padre João um mapa de Minas Gerais. “Confundir Guarará e Maripá, cidades pequenas na Zona da Mata, é uma coisa. Mas Valadares e Juiz de Fora, francamente, não é aceitável para uma ministra de Estado. São mais de 450 quilômetros de distância, dá para atravessar Portugal quatro vezes! Ela deveria, no mínimo, pedir desculpas”, atacou. Na hora da entrega do GPS e do mapa, vários deputados da base aliada do governo Aécio correram para o lado de Pestana, para também aparecer na foto.

O líder do PT, o deputado Padre João, levou a provocação com bom humor. Embora tenha audiência marcada com a ministra da Casa Civil nesta semana para discutir a estratégia eleitoral do PT em Minas, ele garante que não entregará o GPS a ela. “Na verdade, vou entregar isso para o PSDB, que está completamente desnorteado com o crescimento da Dilma nas pesquisas. Que rumo o Aécio e o Serra vão tomar? Ninguém sabe. Eles é que precisam de GPS e bússola, porque estão perdidos”, provocou o petista.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Venezuelanos recorrem a Deus contra crise energética

Agora vai!

http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE6190LF20100210

da agência de notícias Reuters

Venezuelanos recorrem a Deus contra crise energética

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010 17:25 BRST
 

CARACAS (Reuters) - O racionamento fracassou. As chuvas ainda não vieram. Então, os funcionários do setor elétrico venezuelanos estão buscando ajuda divina para solucionar a crise energética do país.

A estatal Edelca convocou todos os seus funcionários para uma hora de orações na sexta-feira -- o "Clamor a Deus pelo Setor Elétrico Nacional."

"Apoiamos estas convocações com a nossa presença, unidos no nosso compromisso de erguer nossa grande companhia", disse o presidente da Edelca, Igor Gavidia León, em nota a seus funcionários, sob uma citação bíblica dizendo que Deus ouve as preces dos humildes.

A Edelca, subsidiária da estatal energética Corpoelec, administra a enorme hidrelétrica de Guri, que já chegou a gerar quase metade da eletricidade venezuelana, mas há meses sofre com a baixa do seu reservatório.

A Venezuela tem tido apagões desde 2009, o que o presidente Hugo Chávez atribuiu à seca e à alta na demanda após cinco meses de crescimento. A oposição diz que o problema foi de falta de investimentos públicos nos 11 anos do atual governo.

Nesta semana, Chávez declarou "emergência energética" e assinou um decreto que oferece bons descontos a empresas e residências que reduzirem seu consumo, mas multa quem não cortar o uso de energia.

(Reportagem de Andrew Cawthorne)

Serra contra a pergunta

Serra contra a pergunta
Na reportagem "Pergunta da TV Brasil irrita tucano", a Folha destaca a reação do governador José Serra, quando perguntado sobre a falta de água em bairros de São Paulo e outras cidades, por um problema em adutora da Sabesp:

Espero que a TV Brasil tenha o mesmo interesse com cada Estado e cada município... É um interesse grande que eu gostaria que fosse disseminado por todo lado. Só espero que essa disseminação seja total e não seja parcial como tem sido.

Abaixo, em vídeo postado pelo canal Vi o Mundo, a reportagem da TV Brasil, do governo federal, com sua resposta ao governador:



PS - Da diretora de Jornalismo da TV Brasil, Helena Chagas, via Twitter:

Tenho grande respeito por José Serra, um dos políticos mais competentes do país. A única resposta que posso dar à acusação de parcialidade é um convite a assistir o "Repórter Brasil" de coração aberto, para constatar que é um noticiário que tem como foco o cidadão e seus problemas, em todo o Brasil. Falamos da falta d'água em São Paulo da mesma forma que de violência no Rio, seca no Piauí, dengue na Bahia, corrupção no Distrito Federal, falta de teatro no Maranhão. No VT sobre a falta d'água em São Paulo, a Sabesp explica longamente o rompimento da adutora por causa das chuvas. Ou seja, fica claro que a culpa era de... ninguém.

VÍDEO - VEJAM O INÚTUL DO SERRA:
http://www.youtube.com/watch?v=rQ_AoPPmLVU

Morre Pena Branca, o caipira de raiz

Deu no Estadao :

Morre Pena Branca, o caipira de raiz
Aos 70 anos e sempre fiel às origens, soube misturar MPB e moda de viola, em contraponto ao sertanejo difundido pela mídia

Lauro Lisboa Garcia
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EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA - Pena Branca na 3.ª Semana da Canção, em 2009: na ocasião, ele fez apanhado da carreira em comovente show


Um valioso guardião da música interiorana, caipira genuína, um dos últimos de uma espécie em extinção, morreu ontem de manhã, aos 70 anos. José Ramiro, mais conhecido como Pena Branca, passou mal em casa e foi levado às pressas por sua mulher, Maria de Lourdes, e uma vizinha ao Hospital São Luiz Gonzaga, no bairro do Jaçanã, zona norte de São Paulo, onde vivia. Segundo relatos de pessoas próximas, Pena Branca passou um dia normal em casa e até tocou algumas músicas em sua viola. "Ele nunca apresentou sinais de que tinha problemas no coração. Foi um enfarte fulminante", disse um amigo. Pena Branca seria enterrado ontem à tarde no Cemitério Parque dos Pinheiros, próximo da Rodovia Fernão Dias.

Pena Branca ficou famoso a partir dos anos 1980 quando formou dupla com seu irmão Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho, morto em 1999. Nascido em Igarapava, no interior de São Paulo, em 1939, ele passou boa parte da infância e adolescência em Uberlândia, interior de Minas, onde seu irmão nasceu três anos depois dele. Ambos trabalharam na roça com o pai e outros cinco irmãos até que começaram a cantar juntos em 1962. Seis anos depois, os dois se mudaram para São Paulo para tentar a carreira artística.

Como a história de tantos outros batalhadores, a dupla passou mais de uma década investindo em sua música até que se inscreveu no Festival MPB Shell, da Rede Globo, de 1980 e se classificou para a final com a canção Que Terreiro É Esse?, de Xavantinho. No mesmo ano, eles lançaram o primeiro LP, Velha Morada, em que predominavam composições de Xavantinho, e tinha também a folclórica Calix Bento e Cio da Terra (Milton Nascimento e Chico Buarque).

A mesma canção deu título ao álbum de 1987, que abria com uma folia de reis e tinha clássicos como Caicó, de Villa-Lobos, a folclórica Peixinhos do Mar, Vaca Estrela e Boi Fubá (Patativa do Assaré). A participação de Milton Nascimento na faixa-título deu muito prestígio à dupla, que passou cinco anos sem gravar (o segundo LP, Uma Dupla Brasileira, saiu em 1982), mas já vinha se tornando popular com apoio de Rolando Boldrin na TV e em shows pelo Brasil.

A dupla viria a gravar outras canções do repertório de Milton (só Cio da Terra tem três gravações dos irmãos) e também composições de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Almir Sater, Renato Teixeira, Tavinho Moura (um de seus principais incentivadores) e Ivan Lins, entre outros. Como lembra Rosa Nepomuceno no livro Música Caipira: Da Roça ao Rodeio (Editora 34, 1999), o repertório de Pena Branca & Xavantinho emparelhava essas vertentes da MPB "e modas sertanejas com o mesmo tratamento vocal, em duetos e terças".

Porém, essa divisão entre dois mundos levaria os irmãos a se tornarem sempre "equilibristas" diz Rosa. Eles, por exemplo, não venderiam discos como Milionário e José Rico, "de repertório bem mais popular, com seu som grandiloquente de pistons mariachis e guitarras", nem sua gravação de Cio da Terra teria o impacto de Romaria (Renato Teixeira) na voz de "uma grande estrela como Elis Regina". "Música popular com sotaque matuto, bem recebida pela área intelectual, não se ajeitava nas faixas mais populares do público. Música caipira com sotaque de MPB causava um tantinho de estranheza no mundo sertanejo", acrescentou Rosa.

O cenário não mudou muito nas décadas seguintes, mas outros artistas urbanos além de Renato Teixeira (que gravou um bem-sucedido álbum ao vivo com a dupla em Tatuí), continuaram trazendo o ''sabor da terra'', digamos, à MPB. Pena Branca seguiu adiante com sua bandeira nessa seara sozinho depois da morte do irmão. Questões de mercado e preferência popular à parte, deixou em carreira-solo, mas principalmente nos dez discos gravados em dupla com Xavantinho, um respeitável e importante registro desse cancioneiro.


Discografia

PENA BRANCA & XAVANTINHO
Velha Morada (1980)
Uma Dupla Brasileira (1982)
Cio da Terra (1987)
Canto Violeiro (1988)
Cantadô de Mundo Afora (1990)
Ao Vivo em Tatuí com Renato Teixeira (1992)
Violas e Canções (1993)
Ribeirão Encheu (1995)
Pingo d"Água (1996)
Coração Matuto (1998)

DISCOS-SOLO DE PENA BRANCA
Semente Caipira (2000)
Pena Branca Canta Xavantinho (2002)
Cantar Caipira (2007)

Aqui 2 vídeos do Pena Branca , grade músico brasileiro :




Insegurança Jurídica no campo

E a Kátia Abreu estava lá levantando a bandeira....Vídeo do Jornal da Globo.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1208251-7823-ESTUDO+VAI+RELACIONAR+CONFLITOS+AGRARIOS+E+PREJUIZOS+NA+PRODUCAO+AGRICOLA,00.html

Chávez de surpresa nas rádios Venezuelanas

Chávez agora aparece nas rádios da Venezuela sem aviso prévio. Enquanto isso a economia do país afunda. Abaixo uma reportagem do Jornal da Globo de ontem.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1208233-7823-CHAVEZ+LANCA+PROGRAMA+QUE+INTERROMPE+PROGRAMACAO+DE+RADIOS,00.html

Arnaldo Jabor e o Irã

Comentário de Arnaldo Jabor no Jornal da Globo de ontem:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1208235-7823-ARNALDO+JABOR+FALA+SOBRE+O+AIATOLULA,00.html

Insatisfação com o PNDH-3 continua

Abaixo um matéria do G1 que contém a carta na íntegra....Reparem no nome do General, tinha de ser um "Maynard".


Jobim pede exoneração de general que criticou programa de Direitos Humanos

Plano criaria ‘comissão da calúnia’, teria dito militar em documento.
Dilma foi convocada por comissão do Senado para falar de programa.

Diego Abreu e Robson Bonin Do G1, em Brasília

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1484811-5601,00-JOBIM+PEDE+EXONERACAO+DE+GENERAL+QUE+CRITICOU+PROGRAMA+DE+DIREITOS+HUMANOS.html

O chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército, general Maynard Marques de Santa Rosa, teve a exoneração do posto solicitada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, nesta quarta-feira (10). Uma carta atribuída ao general circula na internet fazendo críticas à terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) - clique aqui e leia a íntegra do PNDH no site do Ministério da Justiça. A exoneração já foi enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A decisão foi anunciada pelo próprio ministro nesta quarta-feira (10), durante a cerimônia de despedida do ministro da Justiça, Tarso Genro, do cargo, que transmitiu o posto para o secretário-executivo da pasta, Luiz Paulo Barreto.

“Acabei de encaminhar ao presidente da República a exoneração do general Santa Rosa da chefia do Departamento Geral de Pessoal e deixei a sua colocação à disposição do Exército. O assunto está encerrado”, afirmou Jobim.

Ao tomar conhecimento da carta divulgada na internet no dia 15 de janeiro, segundo o Ministério da Defesa, Jobim telefonou para o comandante do Exército, Enzo Peri, pedindo providências para o caso. Foi o próprio comandante que sugeriu a exoneração do militar ao ministro da Defesa.

Dilma

Outro capítulo da polêmica em torno do PNDH, que já dura quase dois meses, aconteceu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que convocou nesta quarta a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para falar sobre o programa.



A ministra tem 30 dias para atender a convocação e é obrigada a comparecer. O placar foi de nove votos a sete.

"A ministra Dilma é responsável por todas as áreas do governo. Ela é a primeira pessoa, depois do presidente, a dar ok sobre qualquer iniciativa do governo. Por isso, precisamos ouvi-la", disse o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). O líder do PT, Aloizio Mercadante, anunciou que vai recorrer no plenário da convocação.

A assessoria da Casa Civil disse que não tomou conhecimento da decisão e não vai comentar o fato.


Carta

Na nota divulgada na internet, o general diria que a comissão da verdade, uma das medidas previstas no plano de direitos humanos, que seria criada pelo governo para investigar crimes contra os direitos humanos durante a ditadura militar (1964-1985), seria formada por "fanáticos" e viraria uma "comissão da calúnia".



O militar afirmaria que os integrantes da comissão seriam os "mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o sequestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime, para alcançar o poder".



A nota também diz que "confiar a fanáticos a busca da verdade é o mesmo que entregar o galinheiro aos cuidados da raposa”. Para o militar, “a história da inquisição espanhola espelha o perigo do poder concedido a fanáticos. Quando os sicários de Tomás de Torquemada [1420-1498] viram-se livres para investigar a vida alheia, a sanha persecutória conseguiu flagelar 30 mil vítimas por ano".



Leia a íntegra da suposta carta:



"A COMISSÃO DA “VERDADE”?

A verdade é o apanágio do pensamento, o ideal da filosofia, a base fundamental da ciência. Absoluta, transcende opiniões e consensos, e não admite incertezas.

A busca do conhecimento verdadeiro é o objetivo do método científico. No memorável “Discurso sobre o Método”, René Descartes, pai do racionalismo francês, alertou sobre as ameaças à isenção dos julgamentos, ao afirmar que “a precipitação e a prevenção são os maiores inimigos da verdade”.

A opinião ideológica é antes de tudo dogmática, por vício de origem. Por isso, as mentes ideológicas tendem naturalmente ao fanatismo. Estudando o assunto, o filósofo Friedrich Nietszche concluiu que “as opiniões são mais perigosas para a verdade do que as mentiras”.

Confiar a fanáticos a busca da verdade é o mesmo que entregar o galinheiro aos cuidados da raposa.

A História da inquisição espanhola espelha o perigo do poder concedido a fanáticos. Quando os sicários de Tomás de Torquemada viram-se livres para investigar a vida alheia, a sanha persecutória conseguiu flagelar trinta mil vítimas por ano no reino da Espanha.

A “Comissão da Verdade” de que trata o Decreto de 13 de janeiro de 2010, certamente, será composta dos mesmos fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o seqüestro de inocentes e o assalto a bancos, como meio de combate ao regime, para alcançar o poder.

Infensa à isenção necessária ao trato de assunto tão sensível, será uma fonte de desarmonia a revolver e ativar a cinza das paixões que a lei da anistia sepultou.

Portanto, essa excêntrica comissão, incapaz por origem de encontrar a verdade, será, no máximo, uma “Comissão da Calúnia”.

General do Exército Maynard Marques de Santa Rosa"

Política Externa: Irã

Abaixo um video do Jornal Nacional sobre o Irã. Em seguida um texto do Reinaldo Azevedo onde ele comenta o vídeo e analisa a política externa brasileira.





AS DUAS MORAIS QUE AMORIM TEM E A QUE ELE NÃO TEM. OU: ELE QUER É BOMBA!
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010 | 5:37
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

No dia 22 de junho do ano passado, Celso Amorim fazia um comentário sobre a situação de Honduras e as sanções econômicas àquele país:
“É preciso que compreendam [referia-se ao governo Micheletti] que eles têm que sair, que estão apenas retardando sua agonia, porque eles não têm condições de ficar. Com prejuízo para o povo hondurenho que vai sofrer se eles não saírem logo, à medida que essas ajudas sejam cortadas, que comece a faltar dinheiro para pagar o funcionalismo.”

No dia 7 de julho, o governo democrático de Honduras continuava firme, e Amorim concedeu uma entrevista a Deborah Berlinck, de O Globo, em que VOLTOU A DEFENDER SANÇÕES. E explicou por que queria punir aquele país, mas era favorável ao fim do embargo à Cuba: “Cuba foi uma revolução, enquanto Honduras foi um golpe de Estado típico de uma direita que não tem mais lugar na América Latina”. Entenderam?

Agora vejam o vídeo abaixo, extraído do Jornal Nacional, em que Amorim volta a falar sobre sanções. Só que, agora, ao Irã [vídeo do JN acima].

Celso Amorim tem adquirido uma certa palidez que eu espero seja apenas cínica, não clínica. Parece bem de saúde. Tal aspecto só pode ser conferido mesmo por seu caráter. Como se nota, quando um país é governado por alguém que Amorim acha “de direita”, ele defende sanções e acha que o povo pode pagar o pato. Quando é um governo de esquerda ou quando é uma tirania teocrática, coisas que ele aprecia, então se enche amor pelos pobres. Tenho receio de gente que é incapaz de corar.

Eu vou sempre insistir neste aspecto: o apoio do Brasil ao Irã é, em si, uma boçalidade, mas é também incompatível com os esforços de sete anos para ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Ora, quem vai confiar numa diplomacia como essa?

A hipótese benevolente e, a meu ver, remota é a de que, agindo assim, Lula e Amorim estão atraindo os holofotes para o Brasil, e isso seria mais uma evidência da relevância do país etc. Mas a estratégia seria tão tola que não pode ser levada a sério. Amorim é desastrado, incompetente, contraproducente, mas, evidentemente, burro não é. Guardem estes textos sobre o Irã num arquivo qualquer. Um dia saberemos o que se esconde por trás ou por baixo desse alinhamento absurdo.

É PRECISO QUE SE DESTAQUEM DUAS COISAS QUE PODEM SE PERDER NESTE IMBRÓGLIO:
a) o Brasil está defendendo o “direito” de o Irã enriquecer urânio e
b) está se opondo às sanções da ONU.

No vídeo acima, o Megalonanico aproveita para fazer demagogia: sanções só prejudicariam os mais pobres. Se isso é uma sentença definitiva, então há de se supor que elas não devam mais integrar o repertório de retaliações possíveis no concerto das nações. Pois bem, sendo assim, e dado que o Irã não aceita negociar, o que resta então? A resposta é óbvia.

O mais escandaloso na fala de Amorim, como se nota acima, é que ele FOI O MAIS ENTUSIASMADO DEFENSOR DA APLICAÇÃO DE SANÇÕES CONTRA A POBRE HONDURAS. O Brasil liderou a grita para isolar aquele pobre país. E o que faziam os hondurenhos? Apenas davam sentido prático à sua Constituição democrática.

A leniência da imprensa brasileira com este senhor, guardadas as exceções, é asquerosa. De certo modo, ela tem culpa no cartório. Entrou no barco furado do suposto “golpe de Honduras” e passou a ser porta-voz de uma diplomacia que, a cada dia, alcança baixuras novas. UM DIA HAVEREMOS DE NOS ESCANDALIZAR COM O FATO DE QUE AMORIM FOI UM DOS PATROCINADORES DE UMA CONSPIRAÇÃO QUE TENTOU LEVAR A GUERRA CIVIL A HONDURAS.

Fiquem atentos à leitura dos jornais. Não será difícil identificar as e os colunistas abduzidos por toda aquela porcaria teórica que hoje se produz no Itamaraty em nome da autodeterminação dos povos. Não se esqueçam de que essa gente, há dias, resolveu hostilizar o trabalho dos EUA no Haiti na suposição de que o Brasil poderia comandar o trabalho de socorro imediato a um país devastado. Fazia proselitismo e produzia antiamericanismo rombudo sobre 200 mil cadáveres.

Imaginem o que não estão pensando do governo brasileiro neste momento alguns líderes que chegaram a confundir a força da nossa economia, que depende pouco da vontade de Lula, com maturidade de sua diplomacia para participar dos grandes embates mundiais — e isso depende muito de Lula. O fiasco está aí; está dado.

Se as sanções forem eliminadas do cardápio de medidas, como quer Celso Amorim, então só pode restar mesmo a guerra.

Proselitismo
O mais assustador nessa loucura é que o raciocínio do Megalonanico ou conduz à guerra ou conduz à bomba. Como a guerra ele não quer, então ele quer a bomba. Imaginem: armas nucleares nas mãos de uma tirania teocrática, expansionista e terrorista. Saibam que há correntes na diplomacia e no governo brasileiros que lastimam o fato de o Brasil ter aderido em 1998 ao Tratando de Não-Proliferação Nuclear (TNP). A tese é a de que um país só se torna realmente respeitável com armas nucleares.

Comecem aí a fazer a contagem regressiva até que alguém deixe escapar alguma pista a respeito. Na visita de Ahmadinejad, Lula já deu a deixa: se alguns podem, por que os outros não? Mesmo que um dos “outros” seja o Irã.

Atenção! Caso Dilma Rousseff seja eleita, essa linha ora adotada pelo Itamaraty tende a se aprofundar. Como sabem, o Fórum Econômico Mundial concedeu a Lula o título de “estadista global”. Pois é… No discurso lido por Amorim, há lá uma cascata de o Brasil não querer ser mais um dos líderes de um mundo velho, mas uma liderança nova num mundo novo. Se não for literalmente isso, eu certamente melhorei a estrovenga. Hoje, o governo Lula se habilita a ser apenas o novo líder dos delinqüentes de sempre.

Um dia saberemos por quê.

Cuidado: a rede espiona seus movimentos

Excelente artigo do El País, pois mostra o quanto a excessiva liberdade da internet incomoda quem quer restringir o acesso à informação...
Mas a questão é muito complexa e gera muitas discussões, já que, em algumas situações, a meu ver, é necessária uma espionagem e quebra de sigilos de e-mails ou outro conteúdo restrito, por exemplo, em casos de crimes cibernéticos... No entanto, deve-se tomar o maior cuidado possível ao se tratar desse tema, pois a liberdade de informação e de expressão são um dos pilares de qualquer sociedade democrática...
E outro aspecto interessante é ver que China e EUA utilizam daquele velho argumento para espionar: Segurança Nacional... Essa expressão sempre indica que algo está errado...
Mas também penso que devemos separar cada caso, pois são completamente diferentes.. O Chinês é uma aberração, restringe-se o acesso dos internautas àquilo que o governo julga certo... Já o caso americano é criticável pela doutrina bush de espionagem e "caçada a terroristas", mas não houve restrição de informação...

Esses casos envolvendo liberdade de expressão são sempre muito polêmicos, dando boas discussões... O Al-Qaeda deve ter liberdade de expressão? Um nazista poderia escrever um blog contra os judeus? O Estado deveria proibir livros comunistas?

Eu acredito que qualquer restrição é maléfica, mesmo em casos em que se professe algo claramente desrespeitoso a um determinado grupo... Uma coisa é a discriminação, ou seja, por exemplo, utilizar de um critério religioso/cultural - no caso dos judeus - para impedir que esse grupo transite em um determinado local... Outra coisa é alguém manifestar seus desejos mais insanos contra esse grupo...


Pedrofmn


10/02/2010

EL PAÍS
David Alandete
Sofisticados programas de informática rastreiam mensagens pessoais e blogs protegidos. Não só os regimes autoritários invadem a intimidade

A internet, como rede das redes que ninguém governa, não conhece fronteiras. Mas os regimes autoritários, sim. Países como China e Irã investiram verdadeiras fortunas em tecnologias para restringir a liberdade de expressão em suas conexões à rede. Já não se limitam a fechar páginas ou censurar resultados em máquinas de busca. Agora são capazes de espionar o internauta através de seus provedores de conexão. Leem suas mensagens eletrônicas e blogs restritos e controlam em detalhe que páginas visitam. Essa tecnologia acaba com a intimidade na rede. E não é aplicada só por governos antidemocráticos. Provedores de internet nos EUA a utilizam para combater o que consideram pirataria.


O governo di Irã suprimiu milhares de blogs nos quais jovens reformistas informavam sobre os protestos de rua contra a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad (foto). Em um país onde não há liberdade de expressão e onde, segundo um relatório de 2008 da Universidade de Harvard, existem cerca de 60 mil blogs, aqueles depoimentos foram uma valiosa janela para o descontentamento social que sacode o regime
Existe na internet uma nova cortina de ferro cibernética, que separa os países que respeitam a liberdade democrática na rede dos regimes que a silenciam para impor doutrinas políticas. Foi o que definiu meticulosamente a organização privada Repórteres Sem Fronteiras, que em um relatório de março do ano passado identificou os 12 "inimigos da internet": Irã, China, Cuba, Egito, Coreia do Norte, Síria, Tunísia, Arábia Saudita, Vietnã, Mianmar, Turcomenistão e Usbequistão.

Um dos métodos mais sofisticados para censurar a rede é usado pelo Irã. O governo desse país suprimiu milhares de blogs nos quais jovens reformistas informavam sobre os protestos de rua contra a reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad. Em um país onde não há liberdade de expressão e onde, segundo um relatório de 2008 da Universidade de Harvard, existem cerca de 60 mil blogs, aqueles depoimentos foram uma valiosa janela para o descontentamento social que sacode o regime.

A detenção de blogueiros é moeda corrente no Irã, e não só desde o ano passado, o das polêmicas eleições presidenciais. Roozbeh Mirebrahimi foi detido em 2004 quando os reformistas ainda governavam o país. Esse jornalista e blogueiro ousou escrever em sua página na web sobre assuntos incômodos para o governo, como as eleições parlamentares de 2004, nas quais o Conselho de Guardiões proibiu que milhares de candidatos reformistas se apresentassem, ou a morte da jornalista canadense-iraniana Zahra Kazemi, em pleno interrogatório pela polícia iraniana.

Mirebrahimi passou dois meses na prisão e foi libertado sob fiança. Fugiu para Paris e foi condenado em ausência, em fevereiro do ano passado, a dois anos de prisão e 84 chibatadas. Hoje no exílio em Nova York, publica em seu blog, IranDarJahan, notícias internacionais traduzidas para o idioma farsi. "Nos últimos anos o governo gastou muito dinheiro para adaptar seus controles às novas tecnologias", explica. "Têm inclusive um exército cibernético para perseguir os ciberjornalistas e blogueiros! Antes não sabiam nada sobre a rede. Hoje é um meio imprescindível para reduzir os reformistas."

Outros não vivem para contar. É o caso do jovem Omidreza Mirsayafi, morto em março passado na temida prisão de Evin, em Teerã. A versão oficial: suicidou-se tomando pílulas para dormir. Sua família, entretanto, disse à Rádio Farda, uma emissora em farsi patrocinada pelo governo americano, que Mirsayafi sofria de problemas cardiovasculares e que seus guardas se negaram a submetê-lo a um exame médico adequado. Morreu encarcerado, possivelmente de uma parada cardíaca.

Em 2 de novembro de 2008 ele havia sido julgado e condenado à pena máxima de dois anos por insultar o falecido líder supremo da revolução, o aiatolá Khomeini, pai da república islâmica. Seu delito: ter escrito dois artigos satíricos sobre seu país em seu blog, Rooznegaar, dedicado principalmente a comentar as artes iranianas.

Segundo ele mesmo disse à organização Repórteres Sem Fronteiras: "Sou um blogueiro cultural, e não político. De todos os meus artigos, só dois ou três foram satíricos. Não quis insultar ninguém". Além disso, Mirsayafi sentia-se seguro porque seu blog era restrito a alguns amigos. Pensava que o governo não pudesse ler seu diário, escrito só para um punhado de pessoas que deviam se registrar e ser autorizadas por ele para ter acesso ao blog. Foi um erro, porque se há algo em que o governo do Irã é sofisticado é em ler mensagens privadas e páginas supostamente protegidas.

Para isso conta com um controle total de suas conexões à internet. Especialistas em segurança cibernética afirmam que o Irã tem uma sofisticada tecnologia conhecida como Inspeção Profunda de Pacotes, que é utilizada por outros regimes irmãos na repressão, como a China, para controlar indivíduos suspeitos.

No verão passado, o jornal "The Wall Street Journal" publicou que as empresas europeias Nokia e Siemens tinham vendido essa tecnologia para o Irã. Um porta-voz das duas empresas nega esse extremo. "Vendemos ao Irã a capacidade de controlar ligações de celulares em redes 2G dentro de um serviço de redes mais amplo", explica. "Não vendemos acesso à internet no Irã, e portanto não podemos oferecer ali a capacidade de interceptar mensagens ou informação na internet." No ano passado, as duas empresas abandonaram seus negócios naquele país.

A verdade é que o Irã pode exercer essa capacidade de inspecionar as mensagens na rede sem a ajuda de empresas estrangeiras, só com o controle estatal das conexões. A internet funciona como uma rede de portos conectados a sistemas autônomos, pequenas redes que se unem em uma grande rede de redes que não é governada por ninguém. Cada provedor de uma dessas redes se compromete a facilitar, em princípio, que cada porto, de seu endereço IP, compartilhe informação (mensagens, troca de arquivos, visitas a páginas da web) com outros portos, em qualquer das demais redes autônomas.

Quando é um governo antidemocrático que controla esses portos, pode interferir na navegação de seus usuários. Pode proibir a comunicação entre dois ou mais portos. Pode desconectar internautas. Ou pode aplicar a censura à vontade, com aqueles sofisticados programas, espionando os pacotes que transmitem informação na rede.

Esses pacotes de informação, chamados datagramas, são como pequenas cartas. Como explicou o engenheiro e pai da Internet David P. Reed ao Congresso dos EUA em julho de 2008, "cada carta tem um envelope que contém uma informação em seu exterior com apenas quatro elementos: um endereço de envio, um remetente, um identificador de protocolo e alguns marcadores que indicam como se distribui a mensagem enquanto é transportada na rede. O conteúdo de cada mensagem é guardado dentro do envelope. Esse conteúdo só é relevante para quem o envia ou recebe".

Em certas redes, como as que os aiatolás controlam, os carteiros têm permissão para abrir os envelopes e lê-los. Simples assim. "O termo 'inspeção profunda de pacotes' foi inventado para descrever sistemas que inspecionam em tempo real e utilizam o conteúdo desses envelopes," explica Reed. "É uma tecnologia que pode ser explicada como os dispositivos que são instalados em caminhões, aviões ou armazéns de empresas de mensagens que podem examinar rápida e eficazmente o que há dentro de cada pacote, com raios-X ou talvez chegando a abrir o pacote."

"É um sistema muito sofisticado de espionagem", explica Justin Brookman, do Centro para Democracia e Tecnologia, que foi chefe do departamento de internet do secretário da Justiça de Nova York. "Há formas muito mais acessíveis de censura, ao alcance de qualquer governo. Por exemplo, a China simplesmente deve dizer ao Google ou ao Yahoo que páginas deve esconder ou que termos silenciar. E, se não cumprirem, ordena aos provedores de internet nacionais que proíbam esses sites."

Depois de um ataque sofrido em seus servidores em dezembro, o Google deixou a China por causa da censura. Demorou quatro anos para tomar essa decisão. E três desde que o jornalista Shi Tao acabou na prisão com a inestimável ajuda de outro gigante da rede americano, também com interesses na China: Yahoo.

Em 2004, o governo de Pequim proibiu por decreto que os jornalistas informassem sobre o 15º aniversário do massacre da Praça Tiananmen, no qual morreram cerca de 3.000 pessoas. Para isso, divulgou uma nota secreta a diversas mídias, entre elas a revista "Atualidade Empresarial", onde Tao trabalhava. Em uma reunião da redação se revelou a existência desse decreto e se anunciou aos jornalistas que era confidencial e não se podia informar sobre sua existência. Depois da reunião, Tao enviou uma mensagem revelando a existência da ordem para Hong Zhesheng, da Fundação por uma Ásia Democrática, em Nova York. Usou sua conta de correio pessoal da Yahoo.


Ativistas do Partido Democrata de Hong Kong carregam mensagens e banners, enquanto se preparam para entregar um abaixo-assinado para o Yahoo! A empresa revelou dados de um e-mail que levou à prisão de Shi Tao, um jornalista chinês que foi condenado a 10 anos de prisão por revelar segredos de Estado, sobre o 15º aniversário do massacre da Praça Tiananmen

Quando o governo chinês pediu à Yahoo informação sobre esse vazamento, a empresa acatou. E não economizou na informação que transmitiu à polícia. Esta é uma prova citada no veredicto da Corte Criminal da província de Hunan, que condenou Tao a dez anos de prisão em 2005, segundo uma tradução da organização privada Global Voices: "Yahoo Holdings (Hong Kong) Ltd., confirma que o endereço IP 218.76.8.201, às 23:32:17 de 20 de abril de 2004, o usuário correspondente se conectou com a linha de telefone 0731-4376362, situada no edifício da Atualidade Empresarial em Hunan; endereço: 2F, Edifício 88, Nova Cidade de Jianxiang, Distrito de Kaifu, Changsa". Mais precisão impossível. Tao já passou cinco anos na prisão.

O Congresso dos EUA abriu uma investigação e a Câmara de Deputados interrogou o então conselheiro delegado Jerry Yang e o conselheiro geral Michael Callahan. "Se os senhores pensam que nossas duas testemunhas estão incômodas hoje aqui, sentadas nesta sala com ar-condicionado e prestando contas pelos atos servis e irresponsáveis de suas ações, imaginem a vida de Shi Tao, que está passando dez longos anos em uma masmorra chinesa por trocar informação publicamente", disse então o já falecido deputado democrata Tom Lantos.

Yang, responsável máximo da empresa, não citou Tao em seu depoimento nem uma só vez. Além disso, disse: "Ainda acreditamos em continuar presentes na China. Por quê? Hoje em dia, apesar das amplas limitações em assuntos políticos delicados, os cidadãos chineses sabem mais que nunca sobre assuntos de saúde pública local, causas ambientais, política, corrupção, direitos dos consumidores, emprego e inclusive relações internacionais".

Enquanto isso, Tao na prisão. E o Yahoo sem poder fazer nada. Em 2005, depois da detenção de Tao, a empresa matriz vendeu a Yahoo China para uma empresa local, Alibaba, da qual por sua vez comprou ações. Hoje é a Alibaba quem censura o Yahoo em chinês, e na sede do Yahoo nos EUA não precisam sequer lavar as mãos, em seu papel de mero "acionista minoritário", como se apresentou Yang - que não trabalha mais na empresa - ao Congresso em 2007.

Para o Congresso americano era fácil então condenar publicamente o Yahoo por sua colaboração com o regime chinês. Mas a classe política dos EUA não achou tão fácil quando o problema apareceu em casa. Em 2005 soube-se que o ex-presidente George Bush autorizou em 2001 a Agência de Segurança Nacional (NSA na sigla em inglês) a interceptar comunicações na internet de indivíduos investigados por supostas atividades terroristas, sem necessidade de autorização judicial prévia. E para isso a NSA contou com a tecnologia de inspeção de pacotes e a ajuda de operadoras de telefonia nacionais como a AT&T.

O programa durou seis anos. Em 2007, Bush ordenou a seu ministro da Justiça, Alberto González, que retirasse aquela autorização da NSA, diante das críticas de políticos e grupos civis. A Fundação Fronteira Eletrônica, no entanto, havia apresentado uma demanda coletiva contra a AT&T em 2006 por violar as cláusulas de privacidade assinadas com seus clientes. Não importou. Antes de deixar a Casa Branca em 2008, Bush assinou um decreto no qual concedia imunidade retroativa às empresas de telefonia que tivessem participado daquele programa. Em 2009 um juiz da Califórnia rejeitou a demanda.

Aquilo, no entanto, abriu os olhos de muitos cidadãos: a imensa maioria dos provedores de internet nos EUA dispõem dessa mesma tecnologia que tantos estragos causa na China ou no Irã. E a utilizam. "Há usos da Inspeção de Pacotes que são legítimos, dentro da lei, como quando a segurança nacional está em jogo ou quando se trata de combater a pirataria ou ataques de hackers. Nesses casos seu uso é legal", explica o advogado Brookman, do Centro para Democracia e Tecnologia.

É verdade que as empresas usam essa tecnologia, mas com fins puramente legais e comerciais, segundo afirmam. Têm acesso a esses envelopes de informação e se descobrem que o usuário está enviando pacotes que contêm arquivos descarregados através de um programa de troca de arquivos P2P, potencialmente ilegais, podem desacelerar a conexão. Fazem isso, afirmam, para poder oferecer serviços de máxima qualidade e para que a rede não entre em colapso, naufragada por músicas e filmes compartilhados ilegalmente.

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A Comissão Federal de Comunicações desautorizou em 2008 um dos maiores provedores de internet dos EUA por esse mesmo motivo, em um relatório: "Fomos encarregados de considerar se a Comcast, provedor de banda larga através de cabo, está interferindo seletivamente sobre certas conexões de programas P2P. Embora a Comcast afirme que precisa fazê-lo necessariamente para combater o congestionamento da rede, concluímos que essas práticas discriminatórias e arbitrárias restringem a existência de uma internet aberta e acessível e não conforma uma gestão de redes razoável".

A professora de direito da Universidade de Santa Clara, Catherine Sandoval considera que se trata de uma prática que acarreta sérios riscos e pode levar a infrações da lei. "A Comcast diz que só tem acesso à informação que está no cabeçalho, nos envelopes desses pacotes, para discriminar qual informação é legítima e qual não", explica. "Mas não pode saber se duas pessoas que trocam arquivos P2P estão enviando documentos de trabalho ou arquivos pessoais, totalmente legais, a menos que entre nesses envelopes e tenha acesso à informação."

"Os provedores de internet estão demonizando uma série de programas, como o BitTorrent, e com isso pretendem fazer o que lhes dê vontade na hora de administrar as conexões que oferecem a seus clientes. E, claro, utilizam uma tecnologia que é usada no Irã e na China para outros fins, e que encerra as possibilidades de inspecionar totalmente as comunicações na rede e infringir a legislação vigente sobre direito à privacidade."

Afinal, inclusive os robôs do Google leem as mensagens eletrônicas que são enviadas e recebidas através de seu serviço de correio Gmail, para incluir nelas publicidade relevante e de suposto interesse para o internauta. O mundo da internet ainda é caótico, com normas vigentes em alguns países e totalmente ausentes em outros. Diversas técnicas de censura vigoram em países totalitários. Mas assumem a forma de controle legal do tráfego na internet em países que respeitam o livre mercado e a liberdade de informação.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Entrevista de Marina Silva à TV Estadão

Postado por PAC
Entrevista de Marina Silva à TV Estadão. Em três partes.

Primeira parte:

Entrevista de Marina Silva à TV Estadão

Postado por PAC
Entrevista de Marina Silva à TV Estadão. Em três partes.

Segunda parte:

Entrevista de Marina Silva à TV Estadão

Postado por PAC
Entrevista de Marina Silva à TV Estadão. Em três partes.

Terceira parte:

Biblioteca classe C - Folha de São Paulo

São Paulo, terça-feira, 09 de fevereiro de 2010

FERNANDO DE BARROS E SILVA

Biblioteca classe C

SÃO PAULO - Onde funcionava o extinto Carandiru, aquele monumento à barbárie, existe agora a Biblioteca de São Paulo. Foi inaugurada no Parque da Juventude, na zona norte. É um marco histórico.
A cerimônia estava prevista para o meio-dia. Quando o governador José Serra chegou, já eram quase duas da tarde. Fernando Henrique Cardoso, que foi pontual, tinha ido embora. O atraso e o desencontro dos dois sugerem algo. Com imaginação, pode-se tomá-los como metáfora da campanha que se inicia.
Os tucanos são um saco de gatos, disse um convidado. De raça, siameses, emendou outro. Havia, de fato, muito tucano com ares aristocráticos na festa. E entre eles, como um personagem de Woody Allen, o senador Eduardo Suplicy. Mas parecia em casa. É menos um petista do que um radical livre, uma figura fashion do progressismo paulista.
Fiquemos com a biblioteca. O secretário da Cultura, João Sayad, foi o primeiro a dizer que o acervo inicial, de 30 mil volumes, é bastante reduzido. A Mário de Andrade, a maior da cidade, fundada em 1925, reúne mais de 3,3 milhões. Atualmente está fechada, em reforma.
O novo espaço, porém, foi concebido menos para atender à demanda de estudo e pesquisa e mais como isca para a leitura. Seu alvo prioritário não é o público universitário. Best-sellers, lançamentos, revistas, ambiente arejado, pufs coloridos, atrações para crianças, acessibilidade, bibliotecários que devem atuar como vendedores -esse é o espírito que orienta a biblioteca, uma megastore de livros gratuitos.
Sayad -que não é tucano nem petista, mas transita entre os dois mundos- não usou a expressão, mas sua obra pretende fisgar a "classe C cultural". A maior dificuldade, ele disse, foi resistir às dicas dos "especialistas" (os intelectuais).
Somos um país em que a maioria do povo não lê, mal sabe escrever e ignora o que seja uma boa escola. A nova biblioteca não deixa de ser um sintoma da vingança do Brasil de Lula contra a profecia de Oswald de Andrade: a massa quer biscoito. Quem gosta de coisa fina é tucano.

CUIDADO!!! UMA FALA QUE VEM LÁ DO REINO DOS MORTOS! reinaldo - Veja

Pra quem nao suporta o Reinaldo, leiam a parte de vermelho que eh do O Globo.....



CUIDADO!!! UMA FALA QUE VEM LÁ DO REINO DOS MORTOS!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010 | 18:45

Como os leitores conhecem o meu proverbial bom humor, sempre imaginaram que eu me referisse a Marco Aurélio Top Top Garcia como “O Rei do Tártaro” em homenagem a seus dentes, que ele trocou. Assim como o lobo muda de pêlo, mas não de vício, MAG muda de dentes, mas não de idéia.
Não! Eu me referia ao outro Tártaro, sabem?, o Reino de Hades, o reino dos mortos, onde, mora Cérbero, um cão de três cabeças rodeada de serpentes, que podia até ser muito caroável se não fosse contrariado. É verdade que o conjunto de metáforas já foi mais ativa: os dentes de Cérbero eram negros e cortantes, e sua mordida, mortal. Ele ficava do outro lado do Aqueronte, no meio do pântano, num antro asqueroso. Ladrava o tempo todo, com as três bocarras sempre abertas.
Vocês sabem a história ao menos de ouvir falar. Orfeu o fez adormecer, tocando a sua lira, quando foi em busca de Eurídice. Deífobe, conduzindo Enéias, também o levou a cair no sono com um pedaço de bolo de mel e sementes de papoula. Como vêem, esse papo da papoula é antigo… Adiante.
Marco Aurélio Garcia não adormece. De jeito nenhum! Ele continua a guardar a entrada do Inferno com dedicação. Todas aquelas idéias autoritárias geradas dos miasmas pantanosos do, calculem!!!, socialismo continuam no mesmo lugar. O homem é um dos formuladores do programa de governo de Dilma Rousseff. Vamos ver o que informa Bernado Mello Franco em O Globo:
Escalado para coordenar o programa de governo da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência, o professor Marco Aurélio Garcia anda preocupado com a influência da TV a cabo sobre os corações e mentes dos brasileiros. No sábado, o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais discursou sobre o tema em debate na sede nacional do PT. Em meio a discussões sobre política externa, ele surpreendeu com um libelo contra o que chamou de “hegemonia cultural dos Estados Unidos”. Marco Aurélio comparou a influência da indústria de entretenimento ao poderio bélico da 4ª Frota, a divisão da Marinha americana que atua no Atlântico Sul.
“Hoje em dia, quase tão importante quanto a 4ª Frota são os canais de televisão a cabo que nós recebemos aqui. Eles realizam, de forma indolor, um processo de dominação muito eficiente. Despejam toda essa quantidade de esterco cultural”, esbravejou.
Em tom de alerta, o assessor de Lula disse que a esquerda precisa reagir à difusão de valores capitalistas:
“Estamos vivendo um momento grave do ponto de vista de uma cultura de esquerda. A crise dos valores do chamado socialismo real e a emergência desse lixo cultural nos últimos anos nos deixaram numa situação grave.
O petista também reclamou de um suposto marasmo intelectual no Brasil, comparando os dias atuais a momentos de efervescência cultural das décadas de 1930 e 1950:
“Hoje vivemos uma transformação do ponto de vista econômico-social muito mais importante do que no passado. No entanto, temos um deserto de idéias, um deserto de produção cultural. Isso é um problema no qual temos que pensar.
O coordenador da campanha de Dilma disse que o Brasil foi programado para ser um país pequeno e defendeu o fortalecimento das estatais no governo Lula. Ao condenar o avanço da direita na Europa, fez uma recomendação à platéia:
“Nunca subestimem a estupidez humana. Quem subestimou a estupidez humana se deu mal na História.”
Voltei
E então? Gostaram? A TV a cabo chega ainda a uma minoria de brasileiros. Deduz-se do pensamento deste gigante que isso é uma coisa boa porque, desse modo, os brasileiros ficam, então, expostos a menos “lixo”. Não que eles não tenham tentado alternativas, como a Lula News, a TV que junta as características mais salientes de Franklin Martins e Tereza Cruvinel. A estrovenga não consegue sair do traço.
Mais uma vez…
Não! Se Dilma for eleita, ela não vai tentar o socialismo. O socialismo, aquele velho modelo, está morto, ninguém mais quer saber. Quando o Rei do Tártaro fala no dito-cujo, ele pensa apenas num sistema em que um partido único governa a sociedade e zela pelos valores tornados hegemônicos. Isso pode ser conseguido com o modelo chinês ou com um variante do fascismo.
É preciso fazer essa modulação. Vocês leram num post abaixo o presidente da Odebrecht, uma das maiores empresas do mundo, a exaltar as qualidades de Hugo Chávez. Entre elas, afirmou, está o fato de ele ter voltado as costas para os EUA e ter supostamente unificado a América. A Odebrecht tem negócios na Venezuela, e o “socialismo bolivariano” de Chávez não a incomoda. Suponho que seja até o contrário: as ditaduras costumam ter mecanismos mais “rápidos” de decisão. Por lá, por exemplo, o Congresso e a Justiça não criam embaraços a empreiteiras que sejam amigas do ditador.
Assim, quando MAG fala em socialismo, ele está falando APENAS EM DITADURA. É o que ele quer. A ditadura do partido único, em que o estado, por meio desse ente de razão, regule tudo o que passa na TV e é noticiado na imprensa. Ao lado, claro, de ter o comando da economia e decidir quem é e quem não é livre na livre iniciativa. O PT baba pelo modelo chinês!!!
ENGANAM-SE OS QUE ACHAM QUE O PT DESISTIU DE CENSURAR A IMPRENSA E DE AVANÇAR SOBRE A RADIODIFUSÃO. ENGANAM-SE OS QUE ACHAM QUE O PT DESISTIU DA DITADURA.
O Rei do Tártaro, nada menos que um dos formuladores do programa de Dilma, está dizendo o que pretende

J. R. Guzzo, Revista Veja

http://comentandoanoticia.blogspot.com/2010/02/nosso-grande-amigo.html

ótimo artigo... mostra que a Veja não se faz apenas de Mainardis e
Reinaldos - graças a deus!

Segunda-feira, Fevereiro 08, 2010

Nosso grande amigo


J. R. Guzzo, Revista Veja


“‘Não sou um indivíduo qualquer’, disse o coronel ainda outro dia. ‘Eu
sou o povo.’ A impressão é que o governo Lula ouve essas coisas e
acredita"


Considerando-se que o Brasil não pode escolher os vizinhos que tem, e
que também não pode decidir como eles devem se governar, uma das
perguntas que o mundo das realidades coloca no momento para o governo
brasileiro é: o que fazer a respeito da Venezuela? A questão vem ao
caso porque a Venezuela se transformou, para a maioria dos efeitos
práticos, numa ditadura. É possível discutir seu estilo, o grau a que
chegou e até o nome que lhe seria mais adequado, mas evitará grande
perda de tempo, nesses casos, quem aplicar uma regra descomplicada e
eficaz: regimes em que há cada vez menos liberdades públicas e
privadas não podem ser chamados de democracia, e, se não podem ser
chamados de democracia, só podem ser chamados de ditadura. Temos aí,
portanto, uma ditadura na porta – e esse tipo de situação não ajuda o
Brasil em nada, nem poderia mesmo ajudar. Regimes como o do coronel
Hugo Chávez são ruins a qualquer distância. De perto ficam ainda
piores.


Sendo as coisas o que são, a primeira providência a tomar diante da
Venezuela é fazer o possível para viver em paz com ela; provavelmente
não há prioridade maior que essa, sobretudo quando se leva em conta o
perfeito desastre que seria o contrário. O segundo mandamento é não se
meter, de jeito nenhum, nas questões internas da Venezuela. O Brasil,
aí, simplesmente não tem de dar palpite. Não tem de dizer como deveria
ser isso ou aquilo, se seria melhor fazer assim ou assado, ou se o
coronel Chávez está certo ou errado. O governo brasileiro, enfim, não
tem de se preocupar com a posição de países que se entendem mal com o
comandante e gostariam de ver o Brasil distanciar-se dele.
Basicamente, as relações entre o Brasil e a Venezuela não são da conta
de ninguém mais; elas devem ser geridas de maneira a atender aos
interesses brasileiros, e, de mais a mais, é o Brasil, e não os
outros, que vive a situação de dividir 2 200 quilômetros de fronteira
terrestre com o presidente Chávez.


E a ditadura do homem? Paciência. O mundo está cheio de ditaduras, e,
se o critério para manter relações corretas com outros países fosse o
teor democrático dos seus regimes, o Brasil estaria levando uma vida
cada vez mais solitária. Ficaria de bom tamanho, assim, se este país
se contentasse em deixar a Venezuela quieta. Mas este país não se
contenta; está sempre à procura de alguma nova oportunidade para
errar, e, naturalmente, sempre acha. Onde o governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva está errando, no caso, é que ele se mete, sim, na
vida da Venezuela – só que se mete a favor, o que é tão ruim quanto se
meter contra. Ao fazer militância ativa em favor da Venezuela, a
política externa do governo brasileiro não está passando à população
uma mensagem de convivência civilizada com um regime em que são
praticados valores diferentes dos que estão estabelecidos na
Constituição do Brasil. A mensagem real diz outra coisa: diz que os
valores do coronel Chávez são ótimos. Se o governo Lula não acha isso,
então por que passa o tempo todo dizendo que acha?


Para o presidente Lula, por exemplo, "o que não falta na Venezuela é
liberdade". Considera perfeitamente normal que o comandante Chávez
mude, sem parar, todas as leis que o incomodam, ou que tire do ar
canais de televisão dos quais não gosta, como acaba de fazer mais uma
vez, ou que solte gangues pagas pelo governo para acabar com
manifestações de rua. Não perde nenhuma ocasião, junto com os
estrategistas geopolíticos que tem ao seu redor, de mostrar que Chávez
não é apenas um vizinho – é um aliado, parceiro e amigo. Por que ficam
tão encantados com ele? "Não sou um indivíduo qualquer", disse o
coronel ainda outro dia. "Eu sou o povo." A impressão é que o governo
Lula ouve essas coisas e acredita. Não seria uma surpresa se
acreditasse mesmo, já que acredita, entre outros fenômenos, que a
Venezuela é "um país progressista". Como assim, "progressista", se o
país regride em vez de progredir? Pelas últimas notícias disponíveis,
o sistema Chávez de produção socialista está fazendo faltar papel
higiênico, ovos e açúcar. A inflação real pode ter superado os 30%, a
economia está em recessão e o país tem duas moedas diferentes. Em vez
de fazer aparecer os produtos que estão em falta, o governo estatiza a
escassez; já expropriou um supermercado, assumiu a operação de uma
usina de leite e ameaça com o Exército quem não fornecer ao estado, a
preço oficial, os produtos que quer comprar. A energia elétrica, que
já é estatal, está racionada.


Um modelo de progresso, sem dúvida.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Política e economia no Brasil de 2010

Excelente discussão sobre economia e política no Brasil em 2010, com o pragmatismo típico dos economistas sobre os problemas que entrentamos e avanços que obtivemos nos últimos anos.

Aumento na taxa de juros pode afetar decisão do eleitor? Mônica Waldvogel conversa sobre o tema com Stephen Kanitz, mestre em Administração de empresas, Marcos Fernandes, coordenador de Economia FGV/SP e Alexandre Schwartsman, economista-chefe Santander.

Clique sobre o vídeo se quiser vê-lo em tela grande no site do G1