sexta-feira, novembro 06, 2009

Castração Química

Recentemente , esta se discutindo o uso da castraçao química contra os pedófilos, a fim de se evitar que o indivíduo pratique outro crime. O mais incrível, é que em alguns países ,como na Polônia, a castraçao é obrigatória . Em outros,pelo menos, o réu poderia escolher fazer ou não a castraçao, evitando ,assim, a pena - o que é discutível, pois é complicado falar em liberdade quando alguém está condenado a vários anos de cadeia.

Reportagem do Jornal Nacional :


E aqui um texto da Folha de São Paulo de 1978 sobre o Laranja Mecânica, que pode ser um bom paralelo com essa questão atual , do Estado querer condicionar os individuo a agirem de acordo com a lei :

STANLEY KUBRICK: A ARTE DA VIOLÊNCIA




Contrapondo-se à violência individual, o Estado impõe com violência seus parâmetros de normalidade. Suas instituições distinguem o aceitável do inaceitável e descem impunemente o cacete nos cidadãos que resistem ao enquadramento. Esta é a grande lição política de "A Clockwork Orange", (Laranja Mecânica), o filme de Stanley Kubrick que os europeus assistiram em 1972 porque nenhuma censura procurou na época infantilizá-los sob o pretexto de que a história seria um mau exemplo para os que sublimam uma carga de agressividade.

Anthony Burgess, que publicou há 16 anos o romance do qual se extraiu o filme, é um inglês intuitivo que beirou a genialidade a partir de uma premissa banal. Linguista, poliglota e entusiasta de James Joyce - é o autor de dois ensaios e de uma edição abreviada de "Finnegans Wake" - ele procurou forjar para seus personagens uma linguagem bem particular, recheada de neologismo. Mas o que não passaria de um bom recurso literário acabou fornecendo à "Laranja Mecânica" um dos eixos básicos para sua leitura política. E isso porque os personagens - situados um pouco antes do ano 2000 - exprimem-se num inglês misturado a sons e a palavras russas. Sintetiza-se uma aproximação entre a violência estatal das superpotências. Pouco importa se apenas uma delas, a União Soviética, possui seus dissidentes oficiais e seus asilos psiquiátricos. Esse tipo de repressão, denunciado publicamente bem depois da publicação do livro de Burgess, é comum a todo Estado que atua segundo o dogma dos detentores de um saber: o que é bom e o que é mau.

Alex, o personagem central encontra-se com outros marginais de seu bando numa cafeteria futurista chamada "Korovo Milkbar", onde se toma um leite vitaminado chamado Moloko, que jorra pelos seios de uma enorme e sensual boneca. Para qualificar as coisas que lhe aprazem, ele usa a palavra "Horroshow", em inglês quer dizer espetáculo de horror. Mas em russo a palavra "Horosh" significa excelente, perfeito. São pequenas ambiguidades semânticas que determinam um enfoque moral meio ambiguo do banditismo praticado.

Malcon Macdowell, interpretando o papel de Alex, é uma espécie de trombadinha da "science-fiction". Rouba, é capaz de linchar suas vitimas pelo prazer de vê-las sofrer, e não tem nada de um marginal que apela para a violência a fim de obter dinheiro. A sociedade em que vive se define pela opulência. Ele próprio dispõe de um fantástico equipamento de som para se deliciar com a Nona Sinfonia de seu compositor predileto, Ludwig Van. É de Beethoven que se trata, embora a partitura tenha sofrido uma adaptação meio cafona, em que vozes e instrumentos da orquestra foram substituídos pelos sons de um sintetizador eletrônico.

Pois bem, Alex é traído por seus companheiros de noitada e cai em mãos da polícia. Transforma-se no detento 6655321 de uma prisão estatal chamada Prita 84-F. Um belo dia, um psicólogo chamado dr. Branom propõe que, em troca de uma libertação antecipada, ele se submeta ao "Método Ludovico", destinado a curá-lo da violência.

O método seria um recurso narrativo cômico se não caricaturasse com tanta perfeição teorias cientificas consagradas. Trata-se do mais puro behaviorismo, que consiste em "condicionar" o paciente a rejeitar todo comportamento "anormal". Alex é colocado num palco onde se obrigam a assistir filminhos com cenas de violência inegável. Mas antes dessas sessões cinematográficas, injetam-lhe um medicamento que lhe provoca insuportável náusea. Associando as cenas ao mal-estar físico, ele neutraliza sua agressividade natural e se transforma num "cidadão modelo".

Ora, o "Método Ludovico" representa no filme de Kubrick toda uma teoria pela qual se define a ciência oficial. Ou seja, a verdade. O ideal do Estado é ter sob seu comando cidadãos que não contestem uma paz estabelecida. O marginal Alex é de certa maneira um subversivo. Ao aceitar o conceito de normalidade que lhe impõem durante o tratamento, ele não tem apenas aniquilado seu potencial de marginalismo. E sobretudo, um conformismo social que se manifesta.

A coisa é extremamente sutil. Se o público não concorda moralmente com a violência gratuita de Alex, o desenrolar do filme leva o mesmo público a descobrir que o cidadão pacífico torna-se sinônimo de indivíduo destruído.

É por isso que a dupla Burgess-Kubrick não construiu, com a Laranja Mecânica, uma simples apologia às violências, conforme a interpretação dos simplistas e reacionários. Há nessa postura uma enorme hipocrisia. Do faroeste ao "chefão", e do policial inglês da década de 40, aos seriados produzidos para a TV, a violência física já se incorporou aos ingredientes cinematográficos para que possa constituir um mau exemplo que o espectador se disporia imediatamente a imitar.

Não é nada disso. O que Kubrick demonstra é que os marginais e as instituições do Estado (sobretudo quando elas empunham o bastão da "ciência") praticam uma violência idêntica.

Bem após o sucesso comercial de "Laranja Mecânica", um outro filme levantou genialmente o problema, e chegou inclusive a ganhar um Oscar. Foi "The Flight Over The Cou-Cou Nest" ("Um Estranho no Ninho", no Brasil), de Milos Forman. É claro que, desta vez, o paciente de um asilo psiquiátrico mostrava-se com menor ambiguidade e o público ficava a seu lado a partir das primeiras cenas. Ele era vítima do sistema, como se diz, do começo ao fim. Mas entre Forman e Kubrick há a proposta semelhante de não permitir que os qualificativos retrógrados e de simplismo moralista sejam aplicados apenas aos indivíduos que se considera "anormais". É preciso igualmente, interrogar a ideologia que se esconde por detrás da definição desses parâmetros de normalidade.

terça-feira, novembro 03, 2009

Último ditador argentino é julgado

Último ditador argentino é julgado por crimes contra direitos humanos

Em Buenos Aires (Argentina)
O general Reynaldo Bignone, de 81 anos, último ditador argentino entre 1982 e 1983, sentou-se nesta segunda-feira no banco dos réus de um tribunal, na abertura de um julgamento oral contra ele por crimes contra os direitos humanos, informou um funcionário da justiça.

Bignone, que cumpre prisão domiciliar, é acusado de práticas de sequestro e torturas contra 56 vítimas, ocorridos nos centros clandestinos de detenção conhecidos como 'La casita' e 'El campito' que funcionaram no quartel militar de Campo de Mayo, na periferia oeste de Buenos Aires.

O militar assumiu a presidência de fato durante a ditadura (1976-1983), em julho de 1982, na agonia do regime cívico-militar, depois de perder a guerra das Malvinas (Falklands) contra o Reino Unido.

O acusado entregou o poder em dezembro de 1983 ao falecido ex-presidente social democrata Raúl Alfonsín (1983-89), eleito nas urnas.

Em relação a este general do exército pesam ainda otras causas, uma por roubo de filhos de desaparecidos, e outra por sequestros e torturas a médicos e enfermeiros de um hospital da periferia oeste de Buenos Aires.

Pelos crimes em Campo de Mayo, junto a Bignone, estão sendo julgados cinco ex-chefes militares, entres eles os generais Fernando Verplaetsen (84) e Santiago Omar Riveros (83).

Na Argentina há 204 causas abertas por violações aos direitos humanos durante a ditadura, nas quais estão sendo julgados 526 repressores, dos quais 385 se encontram detidos, segundo um recente levantamento do Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS).

Umas 30.000 pessoas desapareceram durante a ditadura e 500 bebês nascidos durante o cativeiro de suas mães foram roubados, dos quais 97 recuperaram sua verdadeira identidade, segundo organizações de direitos humanos.

link: http://http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2009/11/02/ult34u227376.jhtm
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No Brasil, o passado ainda é bastante obscuro... Talvez seja um fator que explique o porque de ainda haver muitos relatos de torturas em prisões e quartéis do nosso país. Talvez explique isso :http://http://noticias.r7.com/rio-e-cidades/noticias/governo-de-sc-vai-investigar-agressao-dentro-de-presidio-20091103.html

segunda-feira, novembro 02, 2009

Sobre todas as teorias e pensamentos

Eleições presidenciais 2010 - Dilma consegue importante conquista

FERNANDO RODRIGUES

Massacre na TV

BRASÍLIA - Daqui a um ano, em 31 de outubro de 2010, um domingo, será realizado o segundo turno da eleição presidencial -caso nenhum candidato tenha obtido pelo menos 50% mais um dos votos válidos na primeira rodada.
Com tanto tempo pela frente, é impossível e uma irresponsabilidade prever resultados. Em todas as eleições presidenciais brasileiras recentes só havia incógnitas 12 meses antes do pleito.
Feita a ressalva, vale registrar a consolidação crescente do condomínio lulo-petista a favor de Dilma Rousseff. Ao mesmo tempo, vai ficando emparedada a oposição com a trinca PSDB, Democratas e PPS.
No terceiro pelotão das composições eleitorais estão as candidaturas isoladas de Ciro Gomes (PSB) e de Marina Silva (PV). Hoje, Dilma teria a seu favor PT, PMDB, PDT, PR, PRB e PC do B.
Com essa configuração, a candidatura petista ao Planalto já garante 50% a mais de tempo de rádio e de TV do que o seu opositor direto, seja ele José Serra ou Aécio Neves.
O eleitor brasileiro ainda se informa de maneira geral pela TV ou rádio. A mídia impressa é para a elite. A internet permanece em fase de crescimento. Em resumo, ter mais tempo no horário eleitoral não garante vitória a ninguém. Mas é um obstáculo grande ficar sem um espaço confortável nessa janela de comunicação direta com os cidadãos.
Esse é o ponto principal a nortear toda a estratégia de alianças comandada por Lula e pelo PT.
Em eleições anteriores, sempre algum candidato presidencial teve prevalência em relação aos demais no tempo de TV. A diferença em 2010 é que a superioridade de um dos lados tende a ser avassaladora como nunca se viu.
Nas contas do PT, Dilma Rousseff terá de 60% a 70% do horário eleitoral. É um rolo compressor, embora não se saiba como a candidata de Lula usará tanto tempo assim na frente dos brasileiros.

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E se trata mesmo de uma conquista importante , se pensarmos que vivemos em um país onde a televisão é o principal formador de opinião.

Nova lei sobre as drogas pode ir para o congresso ainda este ano...

http://terratv.terra.com.br/Noticias/Brasil/4194-253606/Deputado-do-PT-quer-legalizar-o-uso-da-maconha.htm
Eu só acho esse discurso às vezes meio simplista...aliás, eu ainda não vejo um discurso de direita (econômica), liberal, no brasil. Psdb é social democracia...esse discurso da eficiência é apenas uma jogada de marketing dos líderes que mal mal sabem e propõe alguma coisa. Sabemos que boas intenções todos nós temos...a questão é sempre como fazer, como administrar, etc. francamente, nao acho que esses médicos (alckimim) e sociólogos saibam realmente o que fazer. Discursos comprados são fáceis, mas o alckimim não conseguiu nem mesmo defender as privatizações nas últimas eleições. O Lula mesmo, por outro lado, até propôs a constituinte no início do ano para reformar os sistema político, mas ninguém fez nada. Se ele se omitiu em problemas estruturais, é também verdade que ele não é o culpado pelas coisas serem como são.

Para onde vamos?

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091101/not_imp459542,0.php

Para onde vamos?


Fernando Henrique Cardoso

A enxurrada de decisões governamentais esdrúxulas, frases presidenciais aparentemente sem sentido e muita propaganda talvez levem as pessoas de bom senso a se perguntarem: afinal, para onde vamos? Coloco o advérbio "talvez" porque alguns estão de tal modo inebriados com "o maior espetáculo da Terra", de riqueza fácil que beneficia poucos, que tenho dúvidas. Parece mais confortável fazer de conta que tudo vai bem e esquecer as transgressões cotidianas, o discricionarismo das decisões, o atropelo, se não da lei, dos bons costumes. Tornou-se habitual dizer que o governo Lula deu continuidade ao que de bom foi feito pelo governo anterior e ainda por cima melhorou muita coisa. Então, por que e para que questionar os pequenos desvios de conduta ou pequenos arranhões na lei?

Só que cada pequena transgressão, cada desvio vai se acumulando até desfigurar o original. Como dizia o famoso príncipe tresloucado, nesta loucura há método. Método que provavelmente não advém do nosso príncipe, apenas vítima, quem sabe, de apoteose verbal. Mas tudo o que o cerca possui um DNA que, mesmo sem conspiração alguma, pode levar o País, devagarzinho, quase sem que se perceba, a moldar-se a um estilo de política e a uma forma de relacionamento entre Estado, economia e sociedade que pouco têm que ver com nossos ideais democráticos.
É possível escolher ao acaso os exemplos de "pequenos assassinatos". Por que fazer o Congresso engolir, sem tempo para respirar, uma mudança na legislação do petróleo mal explicada, mal-ajambrada? Mudança que nem sequer pode ser apresentada como uma bandeira "nacionalista", pois, se o sistema atual, de concessões, fosse "entreguista", deveria ter sido banido, e não foi. Apenas se juntou a ele o sistema de partilha, sujeito a três ou quatro instâncias político-burocráticas para dificultar a vida dos empresários e cevar os facilitadores de negócios na máquina pública. Por que anunciar quem venceu a concorrência para a compra de aviões militares, se o processo de seleção não terminou? Por que tanto ruído e tanta ingerência governamental numa companhia (a Vale) que, se não é totalmente privada, possui capital misto regido pelo estatuto das empresas privadas? Por que antecipar a campanha eleitoral e, sem nenhum pudor, passear pelo Brasil à custa do Tesouro (tirando dinheiro do seu, do meu, do nosso bolso...) exibindo uma candidata claudicante? Por que, na política externa, esquecer-se de que no Irã há forças democráticas, muçulmanas inclusive, que lutam contra Ahmadinejad e fazer mesuras a quem não se preocupa com a paz ou os direitos humanos?

Pouco a pouco, por trás do que podem parecer gestos isolados e nem tão graves assim, o DNA do "autoritarismo popular" vai minando o espírito da democracia constitucional. Esta supõe regras, informação, participação, representação e deliberação consciente. Na contramão disso tudo, vamos regressando a formas políticas do tempo do autoritarismo militar, quando os "projetos de impacto" (alguns dos quais viraram "esqueletos", quer dizer, obras que deixaram penduradas no Tesouro dívidas impagáveis) animavam as empreiteiras e inflavam os corações dos ilusos: "Brasil, ame-o ou deixe-o." Em pauta temos a Transnordestina, o trem-bala, a Norte-Sul, a transposição do São Francisco e as centenas de pequenas obras do PAC, que, boas algumas, outras nem tanto, jorram aos borbotões no Orçamento e mínguam pela falta de competência operacional ou por desvios barrados pelo Tribunal de Contas da União. Não importa, no alarido da publicidade, é como se o povo já fruísse os benefícios: "Minha Casa, Minha Vida"; biodiesel de mamona, redenção da agricultura familiar; etanol para o mundo e, na voragem de novos slogans, pré-sal para todos.

Diferentemente do que ocorria com o autoritarismo militar, o atual não põe ninguém na cadeia. Mas da própria boca presidencial saem impropérios para matar moralmente empresários, políticos, jornalistas ou quem quer que seja que ouse discordar do estilo "Brasil potência". Até mesmo a apologia da bomba atômica como instrumento para que cheguemos ao Conselho de Segurança da ONU - contra a letra expressa da Constituição - vez por outra é defendida por altos funcionários, sem que se pergunte à cidadania qual o melhor rumo para o Brasil. Até porque o presidente já declarou que em matéria de objetivos estratégicos (como a compra dos caças) ele resolve sozinho. Pena que se tenha esquecido de acrescentar: "L"État c"est moi." Mas não se esqueceu de dar as razões que o levaram a tal decisão estratégica: viu que havia piratas na Somália e, portanto, precisamos de aviões de caça para defender o "nosso pré-sal". Está bem, tudo muito lógico.

Pode ser grave, mas, dirão os realistas, o tempo passa e o que fica são os resultados. Entre estes, contudo, há alguns preocupantes. Se há lógica nos despautérios, ela é uma só: a do poder sem limites. Poder presidencial com aplausos do povo, como em toda boa situação autoritária, e poder burocrático-corporativo, sem graça alguma para o povo. Este último tem método. Estado e sindicatos, Estado e movimentos sociais estão cada vez mais fundidos nos altos-fornos do Tesouro. Os partidos estão desmoralizados. Foi no "dedaço" que Lula escolheu a candidata do PT à sucessão, como faziam os presidentes mexicanos nos tempos do predomínio do PRI. Devastados os partidos, se Dilma ganhar as eleições sobrará um subperonismo (o lulismo) contagiando os dóceis fragmentos partidários, uma burocracia sindical aninhada no Estado e, como base do bloco de poder, a força dos fundos de pensão. Estes são "estrelas novas". Surgiram no firmamento, mudaram de trajetória e nossos vorazes, mas ingênuos capitalistas recebem deles o abraço da morte. Com uma ajudinha do BNDES, então, tudo fica perfeito: temos a aliança entre o Estado, os sindicatos, os fundos de pensão e os felizardos de grandes empresas que a eles se associam.

Ora, dirão (já que falei de estrelas), os fundos de pensão constituem a mola da economia moderna. É certo. Só que os nossos pertencem a funcionários de empresas públicas. Ora, nessas, o PT, que já dominava a representação dos empregados, domina agora a dos empregadores (governo). Com isso os fundos se tornaram instrumentos de poder político, não propriamente de um partido, mas do segmento sindical-corporativo que o domina. No Brasil os fundos de pensão não são apenas acionistas - com a liberdade de vender e comprar em bolsas -, mas gestores: participam dos blocos de controle ou dos conselhos de empresas privadas ou "privatizadas". Partidos fracos, sindicatos fortes, fundos de pensão convergindo com os interesses de um partido no governo e para eles atraindo sócios privados privilegiados, eis o bloco sobre o qual o subperonismo lulista se sustentará no futuro, se ganhar as eleições. Comecei com para onde vamos? Termino dizendo que é mais do que tempo de dar um basta ao continuísmo, antes que seja tarde.

Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, foi presidente da República