terça-feira, setembro 28, 2010

Por que votar em Dilma Roussef


A campanha eleitoral está chegando na reta final, e chegou a hora das pessoas definirem suas posições. Eu sempre me coloquei em uma posição de não-torcedor: prefiro tentar analisar as coisas racionalmente, contentando-me em entender a realidade, do que achar que minha opinião vale alguma coisa ou vai mudar alguma coisa. Porém, na reta final chega o momento de tornarmos mesmo torcedores, de acordo com o que acreditamos ser melhor para o país. Até porque a oposição está claramente incapacitada de governar o país, seja devido a uma falta de ideologia e de base política, seja por tentar fazer uma campanha baseada em falsas promessas e no medo. O Alckimim mesmo, que eu considero ser o melhor candidato em São Paulo, chegou a dizer no debate de hoje da rede globo, a respeito de uma falha no sistema de áudio, que o PT quer controlar a imprensa e agora queria controlar a voz dele no debate. Semana passada, a respeito de um problema no metrô que parecia inevitável, Serra e outros correram para denunciar sabotagem do PT, sem nenhuma prova que justificasse tal ação. Certamente, esses são exemplos de uma baixaria que a campanha da Dilma não tem recorrido. Mesmo com o Serra criando mais uma vez um clima de terrorismo em relação ao governo do PT -e mesmo após 8 anos que desmentiram essa teoria -, a campanha Dilma não devolve no mesmo tom. Aliás, a Dilma seria a que mais poderia fazer terrorismo em relação ao Serra. A campanha oficial do pt não falou hora nenhuma que o Serra se eleito acabaria com o bolsa família, e fugiu da comparação direta, de números, com o governo FHC. E quem não tem medo do Serra? Ele está ganhando votos devido a promessas messiânicas e extremamente populistas que acarretariam na quebra da economia do país. Que moral um candidato tem para defender a ética na política, prometendo mentiras tão esdrúxulas?? Certamente, a vitória de um candidato como esse representaria um grave retrocesso institucional da nossa democracia e da nossa política.
Dilma Roussef, apesar de ser chamada de poste, comandou todas as ações vitoriosas do governo Lula. E quem foi Serra? Um ministro da saúde cuja voz era calada quando ele pretendia palpitar sobre economia, e cuja maior realização foi ter quebrado uma série de patentes de remédios. A dengue no governo FHC, problema real e imediato da maioria das pessoas, no entanto, só acelerou. Quem acha que o PT é o pior partido do mundo, há alguma razão em votar no Serra. Certamente, muitas pessoas odeiam também o psdb, justicando o voto cego na Dilma. Eu prezo por nenhuma das 2 opções. Eu acho que os 2 partidos são importantes, essenciais na vida política brasileira atual, e extremamente democráticos. No fim, tudo se resume a uma pergunta: quem voces querem colocar no poder - o PMDB, ou o DEM?

MAC

terça-feira, setembro 21, 2010

Lula critica imprensa

Mais uma do Lulao-chorâo. Depois de ter dado uma de Neymar, Lula começa a chorar... Contanto que não apele, tudo bem.

http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/09/lula-critica-imprensa-e-diz-que-povo-sabe-quando-denuncia-e-mentira.html

21/09/2010 17h20 - Atualizado em 21/09/2010 18h07
Lula critica imprensa e diz que 'povo sabe' quando denúncia é mentira

‘Liberdade de imprensa não significa que pode inventar coisa’, afirmou.

Presidente disse que já foi ‘vítima’ de denúncias em época de campanha.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou nesta terça-feira (21) a criticar a imprensa pela publicação de denúncias envolvendo membros do governo. Segundo Lula, a garantia de liberdade de imprensa não pode justificar a publicação de "mentiras".
“Acho que liberdade de imprensa é uma coisa sagrada. Agora, a liberdade de imprensa não significa que você pode inventar coisa o dia inteiro, significa que você deve orientar corretamente a opinião pública”, disse durante cerimônia de inauguração de trecho da ferrovia Norte-Sul, em Porto Nacional (TO).
Consultada pelo G1, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) disse que mantém a posição manifestada na nota divulgada no último domingo (19), quando lamentou as declarações feitas pelo presidente em um comício realizado no dia anterior. Ao lado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, Lula disse que, além dos tucanos, serão derrotados "alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não tem coragem de dizer que são partido político."
Em resposta à declaração, a ANJ disse, em nota, ser "lamentável e preocupante que o presidente da República se aproxime do final de seu segundo mandato manifestando desconhecimento em relação ao papel da imprensa nas sociedades democráticas."
saiba mais
Associação Nacional de Jornais lamenta crítica de Lula à imprensa
'Vamos derrotar tucanos e alguns jornais e revistas', diz Lula em ato
No discurso desta tarde tarde, Lula disse que alguns veículos de comunicação demonstram "ódio" e torcem para que ele fracasse. "Vocês estão acompanhando a imprensa, veem pela internet, assistem a televisão,ouvem rádio, e vocês veem, às vezes, chega quase a virar ódio, porque eles ficam torcendo para o Lula fracassar."
O presidente disse que já foi "vítima" de acusações em épocas de campanha. De acordo com ele, os brasileiros não são facilmente manipuláveis e sabem discernir quando as denúncias são verdadeiras.
“Chega na época da campanha, eu já fui vitima do que está acontecendo hoje. O que eles não percebem é que nós aprendemos. O povo de 2010 não é mais massa de manobra como era o povo de 30 anos atrás", disse. "Não podem colocar mais alguém para mentir e o povo acreditar. O povo sabe que quando escreve coisa errada é mentira, quando fala coisa errada é mentira, o povo sabe quando é mentira", afirmou.
Na semana passada Erenice Guerra deixou a chefia da Casa Civil depois de acusações de que o filho dela Israel Guerra teria negociado contratos de empresas privadas com órgãos públicos e estatais mediante pagamento de comissão. Outros dois funcionários da Casa Civil, supostamente envolvidos no esquema, também pediram demissão.



Pedro S. para forca-popular:

"você deve orientar corretamente a opinião pública" ...quem define o critério de correto ? o perigo é que esse tema de controle da imprensa cada vez cresce mais...enquanto criticas públicas do presidente tudo bem - melhor do q ações internas. Agora, o lamentável e ver o sindicato dos jornalistas nessa...nao sobra nada.
mas preocupa o fato do governo cada vez mais tocar no assunto , que terá 4 anos pelo frente com ampla maioria no congresso. Esse assunto ainda vai dar muita dor de cabeça....
e colocam a imprensa como um partido, um conjunto, novamente essa dialética do lula nós x eles em tudo...

MAC:
já faz um tempo que o sindicato dos jornalista está se colocando contra a direção dos jornais, oligopolizados, diga-se de passagem
( nao estou criticando, muito menos falando pra fechar jornal, mas só constatando um fato...), pelo menos desde a mudança na lei que acabou com o monopólio dos pobres jornalistas. Ou seja, existe uma rivalidade muito forte que toda hora se coloca entre esse sindicato dos jornalistas X associacao nacional dos jornais(que representa as grandes empresas)...é engracado essa participacao deles, mas acho que nao passa de uma provocacao mesmo......

mas acho que por enquanto só tá no papo (do lula), nunca tivemos tanta liberdade quanto agora.... o lula aprendeu a tomar mais cuidado depois do papo da cachaca do larry rother......(alias, tava esse larry outro dia no manhatann connection falando maió bem do lula..hehe... falar a verdade, ele tem meio jeito de cachaceiro tb...)

tava com medo dessas denuncias mudarem a eleicao, nao queria isso, mas já q nao vai tem mais que cair em cima mesmo.... alem do que parece que houve coisas bem ruins mesmo envolvendo essa erenice (muito ruim pra dilma...), apesar de que sei lá qual a real gravidade dos fatos.... (e continuo crédulo em relaçao a essas denuncias da veja...)

sexta-feira, agosto 27, 2010

POLÍTICA E SOCIEDADE - Lula inventou uma fábula



por Eduardo Eliseu

Freud explica o Lula: ele sofre de um intenso e pertubador complexo de inferioridade em relação ao FHC, que o leva a obstinadamente tentar mostrar que seu
governo é melhor do que o dele. Certamente também se sente menor diante das pessoas pq não estudou e não gosta de ler .Precisa demais da
aprovação de terceiros, e sofre pq a imprensa não levanta a sua bola.O OtávioFrias tocou no dedo da ferida.A sua maior virtude é capacidade de liderança,
além da ser muito carismático.Parece ser um lider de massa, e orador, maior do que Getúlio, mas este negócio de líder sindical, ou de massa, é coisa
ultrapassada.

Vou contar uns casos: em 1979 ele veio a Divinópolis, junto com uns líderes sindicais ( Ormarzinho- um grande orador, Alemão,Djalma Bom ) para um
comício de lançamento do PT, no auditório do colégio São Geraldo, quando ,aliás, o Lula conheceu o Luiz Dulci e ficou impressionado com o mesmo.
O comício lotou, muitos operários, e agitação foi tão intensa que dias depois irrompeu uma greve de metalúrgicos na cidade.A polícia caiu em cima dos
inexperientes líderes e eles todos fugiram para uma cidade vizinha= Itáuna. Lá eles estavam desolados, sentados em uma praça pública e sem idéia de
como proceder.Foi quando o Caderninho foi ao telefone público e ligou a cobrar para o sindicato de São Bernardo e conseguiu por o Lula na linha.
Ai ele deixou o tel pendurado no gancho e foi lá nos sindicalistas e falou que o Lula queria falar com eles. O Lula tinha conhecido todos eles, dias antes,
e passou um sabão, além de dar orientações, nos caras.Eles criaram coragem e voltara para Divinópolis, reassumindo a coordenação da greve.Todos
perderam os empregos e agora foram idenizados pela comissão de anistia.

Durante a estadia dos líderes aqui, por um fim de semana, percebemos que era um grupo altamente enebriado com a fama recente.O Lula se vangloriava das
jornalistas que ele comia ( alô Contribuinte,pode escrever " comia" aqui"?), e era uma cachaçada só, e jogo de truco..Mas também me lembro dele triste
e isolado em um canto por que estava ausente em um dia de aniversário de um dos seus filhos.Ele gostou do Caderninho, e -anos depois- o reconheceu
e deu-lhe um abraço, em uma noite de autógrafos em BH.

Uns anos depois ele voltou a Divinópolis e o Celso Aquino, um comunista histórico, já falecido, quis me sacanear ( sacanear pode, Contribuinte?) e me apresentou a ele
dizendo que eu era o organizador do PTGay local. Neguei na hora, mas horas depois vi que não adiantou: à noite, na saída do discurso que ele fez em um
recinto fechado, ele me viu( eu estava junto da minha mãe) ,se aproximou e bateu a mão no meu ombro e disse "tchau rapaz''. Na hora pensei:'ainda por cima eu aqui com a
minha mãe, agora ele deve estar 100% certo de que eu sou gay'! Hehehe.

Li um depoimento dele em que ele conta o seguinte: quando trabalhava como torneiro mecânico na Villares, em São Bernardo , na hora do almoço ele ia
para o boteco em frente, tomava umas pingas, almoçva e depois ia jogar futebol, debaixo de um sol de meio-dia, e, terminado o horário do almoço, voltava para dentro
da fábrica e ia trabalhar.É notável que um sujeito deste chegou à presidência da república, e não fez feio.

PAC views : Agricultura Brasileira

http://pac-views.blogspot.com/2010/08/agricultura-brasileira.html

por tcisalpino

Muito legal o Blog Pedrão, parabéns!

Quanto a reportagem tem coisas interessantes, a parte da diferenças do modelo da agricultura de baixo subsidio e pesquisa é forte mas ela peca em alguns aspectos do contexto. Dizer que o Cerrado está a centenas de quilômetros da Amazônia está bastante equivocado, são biomas adjacentes, e tem muita soja no MT plantada na zonas de transição. Outra coisa, o cara poderia ter explorado mais os dados, não são apenas grande propriedades, cultivos importantes como a cana em SP tem um modelo híbrido, café, somos o maior produtor, inteiro em pequenas propriedades, e toda a horticultura e alimentos básicos como arroz e feijão idem, é um fato relevante porque, afinal somos 180 milhões de estômagos. Do ponto de vista ambiental o Cerrado é um ambiente de altíssima biodiversidade mas altamente ameaçado, não estou dizendo para preservarmos e morrermos de fome, estudos da ESALQ mostram que o Brasil pode dobrar a área plantada sem derrubar mais nenhuma árvore. Temos 60 milhões de hectares de áreas agrícolas, e outros 60 milhões de em áreas aptas à agricultura ocupadas com pastagens de baixíssima produtividade. Se imaginarmos aumento de produtividade então aí dá pra quase quadruplicar a produção. É ingênua também essa visão de que esses ambientes de cerrado e savana são pobres então não se precisa preservar, são ambientes riquíssimos que também precisam ser protegidos ou bem manejados. Ele não disse exatamente isso mas o argumento dá margem para essa interpretação. O que a ciência diz hoje em dia, o que se lê na Nature, Science, é que a preservação, sistemas agrícolas bem manejados apresentam maior produtividade, por conta de fatores relacionados à disponibilidade de água, manejo do solo, polinização, reciclagem de nutrientes entre outros. Mas o ponto mais interessante da questão ambiental é que o país planta muito mas ainda preserva bastante, ainda temos 70% da Amazônia, uns 35% do Cerrado e 7% da Mata Atlântica...

segue abaixo algumas informações sobre o Cerrado, coitado, tão largado...

http://www.conservation.org.br/onde/cerrado/

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, localizado em uma grande área do Brasil Central. Por fazer fronteira com outros importantes biomas, (a Amazônia ao norte, a Caatinga a nordeste, o Pantanal a sudoeste e a Mata Atlântica a sudeste) a fauna e flora do Cerrado são extremamente ricas.

Na região existem mais de 10.000 espécies vegetais, uma grande variedade de vertebrados terrestres e aquáticos e um elevado número de invertebrados. Espécies ameaçadas como a onça-pintada, o tatu-canastra, o lobo-guará, a águia-cinzenta e o cachorro-do-mato-vinagre, entre muitas outras, ainda têm populações significativas no Cerrado, reafirmando sua importância como ambiente natural.

Além da biodiversidade, os recursos hídricos da região ressaltam em quantidade e qualidade: nas suas chapadas estão as nascentes dos principais rios das bacias Amazônica, da Prata e do São Francisco.

Apesar do seu tamanho e importância, o Cerrado é um dos ambientes mais ameaçados do mundo. Dos mais de 2 milhões de km² de vegetação nativa restam apenas 20% e a expansão da atividade agropecuária pressiona cada vez mais as áreas remanescentes. Essa situação faz com que a região seja considerada um Hotspot de biodiversidade e desperte especial atenção para a conservação dos seus recursos naturais.

Estudos realizados pelos pesquisadores do Programa Cerrado da CI-Brasil indicam que o bioma corre o risco de desaparecer até 2030. Dos 204 milhões de hectares originais, 57% já foram completamente destruídos e a metade das áreas remanescentes estão bastante alteradas, podendo não mais servir aos propósitos de conservação da biodiversidade.

O desmatamento do Cerrado é alarmante, chegando a 1,5% ou três milhões de hectares/ano. Isso equivale a 2,6 campos de futebol/minuto. Esforços de todos os setores da sociedade são necessários para reverter esse quadro.

Veja ao lado o estudo sobre o desmatamento do Cerrado.

Durante o XIX Encontro Internacional da Sociedade da Biologa da Conservação, pesquisadores e ambientalistas assinaram uma moção pedindo ao governo federal medidas urgentes de manutenção e expansão das áreas protegidas do Cerrado. Para saber mais, clique aqui.


Depois desse parágrafo só falta agora eu votar na Marina...

terça-feira, agosto 24, 2010

Olá a Todos!

http://pac-views.blogspot.com/

Olá a Todos!

Inauguro hoje o Blog do PAC. Meu objetivo com esse blog é criar um espaço permanente para discussão de temas variados, que seja acessível ao maior número possível de pessoas e onde os textos possam ficar amarzenados.

A idéia surgiu a partir do grupo Força Popular (http://f-popular.blogspot.com/ ; forca-popular@googlegroups.com) onde vários amigos se mantém informados e trocam idéias sobre temas diversos. Nos últimos tempos venho amadurecendo a possibilidade de construir um blog pessoal e o PAC views é o fruto dessa idéia.

Encerro dando boas-vindas e convidando-os a participar do Blog e compartilhar suas idéias.

Grande abraço,

PAC

quarta-feira, julho 28, 2010

Os problemas do Brasil

Os problemas do Brasil são infinitos e infindáveis. São tantos quantos grãos de areia em copacabana, ou coisas desses tipos. São enumeráveis, crimes, pobreza, corrupção.. Os problemas do Brasil são do tamanho de um Brasil. O Brasil muda, mas não de lugar. O Brasil é o império sul americano, colônia dos mares. País do futuro, sempre no passado.

Mais um vez se coloca portanto a velha e periódica questão: vale a pena pensar na política, no futuro, enfim, nos problemas do país?? Coisas além de nossas ações, que se referem a dezenas de milhões de pessoas. Nem mesmo os governantes tem, de fato, consciência de suas ações. Eu sinceramente não sei. Nem mesmo se a política trará algo necessariamente bom.

Quem é o mais preparado para lidar com esse caos? O Brasil foi provavelmente a grande revelação entre os países do mundo na primeira década de 2000. Economia crescendo e inflação controlada. De quebra, uma redução razooável na pobreza. Mas o que se vê agora é que ainda há mesmo muito para se fazer. O desafio é totalmente imenso. O Brasil ainda é um país de favelas, de crimes, baixa tecnologia e produtividade, além de corrupção em alta, problemas de todos os tipos... As conquistas do governo Lula parece que estão indo embora com ele. A Dilma tenta de todo modo surfar nessas glórias, mas a população já está mais acomodada na tarefa de escolhes seus líderes. Se não mostrar a cara e apontar um futuro, as coisas vão complicar para ela, porque a era Lula já acabou.

Estão começando definitivamente as campanhas pela presidência, e uma sucessão de fatos levará à escolha do(a) novo(a) presidente. Por força do destino - ou não. As coligações, os apoios políticos, tudo será usado pelos candidatos para alcançar seus objetivos. Que nem uma pia ou um nariz sendo desentupido, dapois da frutração com a copa, finalmente as tensões irão colapsar e colocar as coisas em panos quentes da melhor forma possível, com as esperanças de um novo Lula.

terça-feira, abril 27, 2010

Irã - um caso a ser pensado?

POR CONTRIBUINTE, DA "FORÇA POPULAR":

Eu realmente acho que a visão humanitária não serve para nada, pelo menos para entender o caso do Irã. Repete-se que o Irã não pode ter a bomba, que isso seria um absurdo, pois seria uma agressão contra a humanidade. Mas a verdade é que o mundo está entulhado de ogivas nucleares, capazes de explodir o planeta várias vezes. Eu até acho que a principal agenda mundial deveria ser a questão dos direitos humanos, mas os políticos não se preocupam com isso, ou pelo menos empregam suas energias minimamente para isso. Está cheio de genocídios, chacinas, extermínios, torturas em massa ocorrendo pelo mundo, e ninguém dá a mínima para isso. Sem contar as crises humanitárias de fome, aids, malária, êxodos em massa de populações, etc. Os recursos, econômicos e políticos, empregados para combater esses problemas são mínimos, muito menos do que se emprega para tentar conter o desenvolvimento da bomba pelo Irã, porque esse, afinal, é um problema de Israel e, por extensão dos EUA.

O discurso que eles vendem é que os aiatolás são fanáticos, portanto, podem querer destruir todo o mundo. Isso é verdade; poder acontecer, pode, mas, primeiro, quais as condições para isso acontecer? Mesmo que o Irã venha a ter a bomba, Israel tem várias delas e pode retrucar de forma veemente rapidinho. Além do mais, com a capacidade nuclear que temos hoje, as potências chegam a uma condição de empate: desde a Guerra Fria, ficou claro que é impossível ir para o ataque frontal com outra potência militar. Não há incentivo para isso. Por outro lado, há incentivo para cada um se armar cada vez mais, mesmo que nem adiante muita coisa, estocando armamento, para aumentar a capacidade de barganha nas disputas políticas. Pelo menos o mundo ainda não aprendeu que isso também é meio sem lógica.

Segundo, os soviéticos também não eram fanáticos? Os russos nâo são fanáticos? Os chineses não são fanáticos? O Bush não é fanático? A verdade é que mesmo no caso das democracias nucleares, ainda existe um sério risco para todo o mundo de um louco querer usá-las de forma "errada". O extremismo tem voz no mundo todo, e em qualquer país nuclear, um grupo político radical pode ascender. Enfim, dados esses exemplos, minha tese é que, como regra de bolso, mesmo sendo um fanático, um líder não estaria disposto a fazer besteiras, porque restaria a ele uma boa dose de "instinto de sobrevivência".

Hitler é o caso mais lembrado, tanto pela sua expansão militarista, como pelo fato que ele resolveu se auto-destruir no momento em que viu que ele iria perder - logo, nem é tão irracional assim... Lógico que as potências européias da época erraram por terem imposto pesados danos alemães no pós primeira guerra e, no momento seguinte, terem apenas observado a militarização alemã e o início da expansão sem terem se armado em contraponto. Várias explicações podem ser tentadas para entender porque os países europeus agiram dessa forma; com certeza eles tiveram incentivos econômicos, políticos, etc, para agirem assim.

O que eu acho em relação ao Irã é que o mundo inteiro deve peitá-lo sim, mas, uma vez que o problema é principalmente dos EUA e de Israel, os países não nucleares podem conseguir mais benefícios com essa história. Primeiro porque, como citado, a agenda mundial está exageradamente voltada para essa questão do Irã - e de Israel, para variar. Existem mais coisas além disso para disuctir na ONU. A questão do meio ambiente, negligenciada pelo Obama, é só mais uma delas. Segundo, porque os países nucleares querem impedir que os países não-nucleares conseguiam a bomba, mas não fazem nada para desmantelar o próprio material, ou seja, ainda está enraizada a ideia de que quanto mais acumular ogivas melhor, pelo menos o país que assim se portar vai ficar parecendo, e apenas parecendo, mais poderoso.

terça-feira, abril 20, 2010

Belo Monte: Custos públicos e benefícios privados?

POR CISAL, DA "FORÇA POPULAR"
Em meio ao turbilhão de notícias e análises sobre Belo Monte é inevitável não dar um pitaco. Um consenso entre alguns especialistas de que o projeto serve principalmente à expansão da indústria de alumínio da Amazônia, setor extremamente intesivo em energia, por conta das características do processo de produção. O Pará tem um parque industrial importante desse segmento. Não à toa que a VALE se apresentou ao Leilão, já que ela tem participações em todos os grande projetos de bauxita e alumínio na Amazônia paraense. A bauxita, matéria prima básica da produção de alumínio, foi o último mineral metálico a ser descoberto, é uma lama na forma original, distante da aparência final, e o processo de transformação é super eletro-intensivo. A maior parte dos custos de produção dessa atividade são oriundos do consumo energético.

Fácil defender esse projeto sem ter visitado o sul do Pará, sem e conhecer o que os grandes projetos de desenvolvimento causaram na região. Simplesmente um caos, malária, praga de mosquitos, crescimento ultra acelerado, desordem urbana, violência altíssima, desmatamento absurdo. Tucuruí foi a primeira usina para viabilizar o pólo de alumínio paraense e até hoje gera problemas ambientais, relatados em inúmeras publicações científicas de inquestionável qualidade técnica. Outros estudos apontam que a energia de Tucuruí segundo alguns estudos é altamente subsidiada, e como tudo indica que será o caso de Belo Monte. Todos os impactos citados podem ser traduzidos em custos que foram extremamente mal dimensionados no estudo de impacto ambiental de Belo Monte, como demonstra o parecer de especialistas do Instituto Sócio-Ambiental.

Desenvolver um projeto de risco elevadíssimo, a custo ambiental que ainda nem sabemos adequadamente para subsidiar um segmento industrial específico deve ser alvo de ampla discussão pública, pois envolve uma situação de elevados custos públicos e benefícios privados altamente questionável. O processo de licenciamento deveria ter sido muito mais bem elaborado, quem leu os jornais nos últimos seis meses verá que o governo botou uma pressão fortíssima no órgão ambiental, diretores do IBAMA saíram ou ameaçaram sair, e foram aos principais jornais divulgar seu descontentamento. Merece destaque nesse contexto a atuação da ex-ministra Dilma Roussef na Casa Civil a frente do desenvolvimento desses grandes projetos, como as hidrelétricas do Rio Madeira, empreendimentos do PAC, etc. Notório no meio especializado sua atuação como rolo compressor na legislação ambiental brasileira. Pressão que resultou na saída da Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, como foi amplamente discutido na imprensa.

Não é questão de ser contra ou a favor do desenvolvimento, é questão de ser racional, um projeto desses tem grande chance de ter mais custos do que benefício. Diversos especialistas questionam inclusive sua viabilidade econômico-financeira, que se somada a um mundo de custos ambientais que não foram corretamente dimensionados deixa o projeto com um enorme potencial de ser tornar um fiasco. Situação criada em grande medida porque o próprio governo colocou uma enorme pressão sobre o órgão ambiental para aprovação do empreendimento à qualquer custo. Outro agravante notório fruto de muitas críticas nos últimos dias se refere ao modelo de concessão do empreendimento, que resultou na saída de importantes empreendedores do leilão.

Muitos especialistas também estão apontando a disponibilidade de fontes alternativas à construção da usina. Para se ter uma ideia o primeiro grande leilão de energia eólico brasileiro foi bem muito bem sucedido e se não me engano resultará em 2.000 MW de energia eólica no sistema, a média de Belo Monte é 4500 MW. Foi o primeiro leilão e está longe do potencial máximo.

Portanto não é um projeto fundamental para a segurança energética do país, é energia pra converter lama em alumínio com energia subsidiada e 80% de financiamento do BNDES. Produzir alumínio é bom para o país, gera empregos, renda, tributos e dólares, etc, mas eles que assumam todos os custos envolvidos e respeitem a legislação ambiental. O que não pode é governo fazer tudo de qualquer jeito e a qualquer custo e deixar a conta pra gente pagar.

sábado, abril 17, 2010

Aos corruptos de plantão: novo ataque de hackers

Dessa vez foi no site do PMDB: http://www.pmdb.org.br/


Se voce tentar entrar no site do partido, vai ser mandado para o seguinte site: http://www.freewebs.com/rockinriopardo/pmdb.html
que apresenta o seguinte texto, copiado de uma edição especial da VEJA:

Aos corruptos de plantão:

40 propostas para o Brasil

EDUCAÇÂO
1 Choque de meritocracia na educação
Mérito é premiar com promoção e aumento de salário os professores que formam mais alunos capazes de atingir boa colocação em disputas acadêmicas internacionais. O conceito é desconhecido no Brasil. Aqui quase sempre o professor recebe aumento de salário por tempo de serviço. Na ausência de outros fatores e só com a aplicação de um choque de meritocracia, o desempenho dos alunos brasileiros em matemática ficaria entre os 43 melhores do mundo, ombreando com o de Israel e Itália, e não, como é agora, em 53º lugar, ao lado do Quirguistão.

2 Convencer os pais de que eles são parte da escola
Pais educam. Escolas ensinam. Esse provérbio caducou. As pesquisas mostram que, além de um bom professor, nada melhora mais o desempenho escolar do que o envolvimento dos pais no processo educacional. É uma guerra cultural que pode ser vencida com as armas certas: a internet (os pais podem até acompanhar algumas aulas) e os cursos para pais.

3 Ampliar a rede de ensino técnico superior
O ensino de geografia, ciências sociais e outras áreas de humanas conta pouco. O fator decisivo para o progresso material está no ensino da matemática, das engenharias e da física aplicada. Apenas 8% dos jovens brasileiros se formam em algum curso superior dessas áreas – contra 18% nos países avançados. A saída é popularizar as faculdades técnicas. Nelas, em dois anos, o jovem obtém um diploma de ensino superior e tem lugar garantido no mercado de trabalho. Foi um sucesso na Coréia do Sul, que, assim, colocou um diploma e um emprego nas mãos de 80% dos jovens.

4 Fomentar a competição entre as universidades
Nenhuma universidade brasileira figura entre as 100 melhores do mundo. Não é surpresa. Elas não têm incentivo para isso. As 100 melhores do mundo lutam para sê-lo para obter financiamento. Aqui, com ou sem desempenho, as verbas públicas chegam religiosamente. Melhorar para quê?

5 Financiar os melhores pesquisadores
Apenas duas de cada 1 000 patentes registradas no mundo são brasileiras. Falta incentivo. O pesquisador brasileiro que registra patentes ganha, em geral, a mesma verba de quem não registra nenhuma. A tendência mundial é dar mais aos pesquisadores que produzem mais conhecimento original e valioso.

6 Criar currículos obrigatórios para a educação básica
Um ponto em comum entre os dez países de maior sucesso educacional, social e material do mundo é a existência de um currículo obrigatório na educação básica. Sem um currículo com metas acadêmicas bem definidas, nenhum país progride. Na maior parte do Brasil, não há esse currículo.

7 Investir na formação dos professores e de quem forma os professores
A cadeia do ensino tradicional tem alunos, professores, diretores e pedagogos. Falta uma categoria: a dos profissionais que ensinam os professores como ensinar. Apenas 20% das disciplinas nas faculdades de pedagogia se dedicam às metodologias de ensino, mostra um estudo da revista Nova Escola/Fundação Carlos Chagas.



AMBIENTE
8 Mais pesquisa ambiental no Brasil
Tanto a Amazônia como as áreas de proteção ambiental no Brasil recebem pouquíssimos pesquisadores. Apesar de ocupar cerca da metade do território nacional e ser o cenário da maior biodiversidade do planeta, a Amazônia concentra apenas 5% dos pesquisadores brasileiros. Significa que há um cientista para cada 4 000 quilômetros quadrados. Apenas 10% das espécies da região estão catalogadas. Só com conhecimento profundo dos biomas brasileiros será possível criar estratégias mais eficazes para a preservação daqueles tesouros naturais.

9 Dobrar o saneamento básico em dez anos
Menos de 50% dos domicílios brasileiros são ligados à rede de esgotos. Destes, apenas 35% recebem tratamento. O restante é despejado diretamente em rios, córregos e lagos. O Brasil ainda é africano nessa área. O ministro Carlos Minc estima que tratar 70% dos esgotos até 2018 custaria 12 bilhões de reais por ano. O custo é elevado? Não em vista dos benefícios. Entregar a tarefa à iniciativa privada, por meio de concessões, é uma saída.

10 Transformar pastos em áreas produtivas
O avanço da fronteira do boi e da soja derruba oito de cada dez árvores das florestas de clima da Amazônia. Para deter esse avanço é vital ocupar áreas já desmatadas. Cerca de 16 milhões de hectares de áreas de pasto estão abandonados na Amazônia. Com sua recuperação e uso, a produção de grãos pode crescer 30% na região sem exigir a derrubada de uma única árvore. Recuperar custa o dobro do que simplesmente desmatar. Subsidiar a recuperação de áreas degradadas é a abordagem econômica mais racional.

11 Premiar prefeituras pela preservação ambiental
A degradação ambiental tem maior impacto sobre a qualidade de vida dos habitantes das cidades do que para o morador de um grotão isolado na floresta. Por essa razão, iniciativas locais de preservação são mais impactantes. É exemplar o sucesso do programa ICMS Verde, adotado no Paraná para premiar municípios com desempenho acima da média no tratamento de lixo e na conservação de bacias hidrográficas. A área preservada no estado cresceu doze vezes nos últimos dez anos.

12 Unificar as leis ambientais
O Brasil tem mais de trinta leis ambientais federais. Combinadas às regras estaduais e municipais essas leis deixam apenas 30% do território livre para a ocupação econômica. Como não temos 70% do território ocupado por paraísos ecológicos, fica óbvio o exagero das restrições. O emaranhado legal provoca insegurança jurídica, dificulta a fiscalização e cria oportunidades para a corrupção. Leis mais simples são, sempre, mais eficientes.

13 Dar independência financeira aos parques ecológicos
Os 63 parques nacionais ocupam uma área de 24,1 milhões de hectares, o equivalente ao território do estado de São Paulo. Em comum, têm o fato de ser mal administrados – são apenas 348 funcionários para cuidar de todos. Eles falham na missão preservacionista e, quando abertos à visitação, oferecem serviços precários. São como os cofres públicos para os corruptos: uma riqueza a ser apropriada pelo mais esperto. Os Estados Unidos têm oitenta vezes mais visitas pagas em seus parques. É hora de valorizar os nossos, protegê-los e mantê-los com o dinheiro arrecadado dos visitantes.

14 Criar um plano nacional de zoneamento econômico-ecológico
O governo paga aventureiros para derrubar a floresta amazônica, dando-lhes crédito destinado à atividade agrícola. Isso não se faz por maldade, mas por ignorância sobre quais são as áreas aráveis do território nacional e quais são as preserváveis. Ninguém sabe ao certo onde começa uma e acaba a outra. Muitos debates gastam horas apontando a mesma área no mapa e enxergando nela solos diferentes. O zoneamento agroclimático é ferramenta vital para planejar o desenvolvimento sustentável.

15 Tornar mais vantajoso manter uma árvore de pé do que cortá-la
Dez milhões de moradores da Amazônia Legal dependem da atividade extrativista ou agropecuária. Para eles, discurso e consciência ecológica não funcionam. Eles precisam de medidas que tornem mais vantajoso preservar do que destruir. O governo da Costa Rica remunera proprietários que conservam as matas nativas em suas terras. Um estudo mostra que, em Mato Grosso, dar 1 000 reais ao ano por hectare preservado seria estímulo suficiente para conter a devastação. É quase de graça.

16 Investir em fontes renováveis de energia
Nos próximos dez anos o Brasil precisará acrescentar produção equivalente à de três usinas de Itaipu para suprir sua necessidade de energia elétrica. O sol e os ventos abundantes no país podem oferecer parte da solução. O potencial da produção de energia eólica é estimado em dez Itaipus. A incidência solar no Brasil é o dobro da registrada na Alemanha, um dos países que mais investem nessa fonte renovável de energia elétrica.

17 Não desperdiçar energia
Para cada dólar produzido pela economia, o Brasil precisa de 40% mais de energia do que os Estados Unidos e 70% mais do que a Alemanha. Isso se deve menos ao custo de geração do que ao desperdício. O Brasil perde 16,5% de toda a energia elétrica produzida. É quase uma Itaipu que se joga fora a cada ano. Para tornar mais eficiente o aproveitamento da energia, seria preciso investir em duas frentes: programas de conscientização dos consumidores e a busca de processos industriais e equipamentos mais econômicos.



ECONOMIA
18 Reforma da Previdência já
O custo da Previdência é um dos principais motivos pelos quais o Brasil lidera o ranking mundial de juros reais e tem uma carga tributária de 36% da riqueza produzida pelo país. Ele consome 12% do PIB. Nenhum país emergente consegue crescer de forma acelerada com tamanho peso nas costas. A China e o Chile gastam 3%. A Colômbia, apenas 1%. Se a despesa previdenciária brasileira fosse de 6%, o país economizaria 180 bilhões de reais ao ano. Com esse dinheiro, as pessoas e empresas pagariam 17% a menos de impostos, com melhoria de qualidade de vida para todos

19 Criar um teto para os gastos públicos
De todos os agentes econômicos, quem gasta pior é justamente aquele que não produz nenhuma riqueza: o governo. No Brasil, os gastos do governo federal crescem, em termos reais, duas vezes mais rápido do que a economia. Dentro de quinze anos os impostos vão equivaler à metade de toda a riqueza que o país produz. É ruinoso? Sim. Reversível? Só por força superior. O aumento real do gasto público brasileiro deveria ser limitado por emenda constitucional ao teto de 1% ao ano.

20 Um Banco Central independente
Se o Banco Central brasileiro tivesse a independência assegurada por lei, a taxa real de juros cairia imediatamente até 3 pontos porcentuais – de 7% para 4% ao ano. O crescimento do país saltaria dos atuais 5% para 7% ao ano. É preciso outra justificativa?

21 Aplicar a lei de responsabilidade fiscal ao governo federal
Essa lei revolucionou o controle das contas públicas. Com ela, os estados e municípios foram obrigados a reduzir sua necessidade de financiamento em 20% desde 2001. Imune a ela, a União fez o movimento inverso e aumentou seu déficit em 79% no mesmo período.

22 Modernizar as leis trabalhistas
Ao lado de Zimbábue e Zâmbia, o Brasil ocupa a 119ª posição no ranking mundial de adequação das leis trabalhistas. Por isso, metade dos brasileiros tem ocupação informal. Uma mudança radical que extirpasse os arcaísmos custosos e corporativistas incentivaria a contratação formal com conseqüências saneadoras na Previdência (mais gente contribuindo), positivas na carga fiscal (mais gente pagando menos) e redentoras para o ambiente de negócios.

23 Tornar as agências reguladoras menos vulneráveis ao loteamento político
A certeza do cumprimento de contratos é uma das condições definidoras de um país moderno, ao lado do direito de propriedade e do ambiente de negócios. E como garantir que os governos preservem seus contratos? O mecanismo clássico, adotado e aprovado nas melhores economias, são agências reguladoras equipadas e protegidas contra a ingerência política. No Brasil há agências reguladoras, mas elas estão longe de ser imunes às pressões políticas.

24 Garantir a concorrência na exploração do pré-sal
Desde o século XVI a humanidade sabe que os recursos naturais não levam, necessariamente, ao progresso econômico e social. Isso foi aprendido com sangue no ciclo de exploração da prata e do ouro na América Latina. Foi reafirmado pelos diamantes da África subsaariana e agora o petróleo da Venezuela. É a maneira de explorar esses recursos que produz conhecimento e bem-estar. Só se obtém riqueza efetiva quando os recursos naturais são explorados de forma transparente e competitiva.

25 Poupar os dólares do petróleo
A humanidade vai um dia encontrar um substituto para esse líquido escuro e pegajoso. Enquanto isso não ocorre, é crucial utilizar as reservas com sabedoria. Se todo o potencial dos depósitos de petróleo na chamada camada pré-sal do litoral brasileiro for confirmado, o Brasil pode vir a se transformar em um grande exportador de petróleo. O que fazer com os dólares obtidos? A opção mais racional é o depósito dos lucros do petróleo em um fundo externo, gastando-se apenas parte dos rendimentos. Isso preservaria a riqueza para as gerações futuras e impediria pressões cambiais e inflacionárias desestabilizadoras.

26 Privatizar a gestão hospitalar
Hospitais administrados pelo estado são menos eficientes e tratam pior seus pacientes. No estado de São Paulo, a taxa de mortalidade em hospitais geridos diretamente pelo governo é de 5,3 em cada 1 000 pacientes e o custo de cada internação é de 400 reais por dia. Em 25 hospitais terceirizados no mesmo estado, a taxa de mortalidade cai para 3,3 por 1 000 pacientes e o gasto por internação, para 360 reais. Essas e outras estatísticas a favor da privatização da gestão da saúde são absolutamente convincentes.

27 Privatizar a infra-estrutura
Não fosse pela infra-estrutura caótica, hoje majoritariamente nas mãos do governo, o Brasil poderia contar com 250 bilhões de reais a mais no PIB – um valor equivalente ao PIB do Chile.



LIBERDADE DE IMPRENSSA
28 Acabar com a Lei de Imprensa
A Lei de Imprensa foi aprovada em 1967 – plena ditadura militar. Seu objetivo era intimidar jornalistas e meios de comunicação. Numa democracia, uma lei como essa não faz sentido. Há dispositivos suficientes na Constituição e nos códigos Civil e Penal para coibir abusos nos jornais e revistas. Mas seria recomendável a criação de uma lei sucinta para delimitar o valor das ações de direito de resposta e de dano moral. Isso daria segurança jurídica aos jornalistas e às empresas que mantêm um dos pilares da democracia: a liberdade de informação.



DEMOCRACIA, RAÇA E POBREZA
29 Profissionalizar a gestão pública
A palavra burocracia nasceu com sentido positivo: um estamento dedicado à organização ágil e racional. Com o tempo a burocracia passou a ser um fim em si mesma. O público que se dane. Em estados brasileiros como São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal, a burocracia começa a retomar seu sentido original. Para isso foram adotados modelos empresariais, como a orientação para resultados, a flexibilidade e a recompensa do mérito. Quando a prática se espalhar e chegar a Brasília, será o caso de comemorar um novo descobrimento do Brasil.

30 Recriar o federalismo
Com a Constituição de 1988, o governo federal passou a concentrar a receita dos impostos, e com isso usurpou uma parte do poder de estados e municípios para decidir onde investir dinheiro. Reverter esse processo daria ao governo federal o papel de coordenador e aos estados e municípios maior autonomia para atender às necessidades dos cidadãos. Pois o fato é que ninguém vive nesse espaço abstrato chamado "União".

31 Fiscalizar os programas sociais
Uma pesquisa do iBase com brasileiros no Bolsa Família mostra que 64% dos próprios beneficiários excluiriam todos aqueles que se recusassem a cumprir as poucas exigências do programa – a mais importante delas é manter o filho na escola. O mesmo estudo revela que o governo é leniente e falha ao vigiar o cumprimento das exigências. Dar dinheiro é entregar o peixe. Cobrar a contrapartida é ensinar a pescar.

32 Inserir os pobres no mercado de trabalho
A melhor coisa que programas assistencialistas podem fazer por um miserável é transformá-lo num trabalhador capaz de prover as próprias necessidades. Dar qualificação profissional a quem nunca a teve, ou criar programas de microcrédito, que transformam excluídos em pequenos empreendedores, é mais que um paliativo. É uma cura real da pobreza.



MEGACIDADES
33 Eliminar as favelas da paisagem
Nas cidades do país, 12,3 milhões de pessoas vivem em casebres, a maioria deles em situação irregular. Se nada for feito, em 2020 haverá 55 milhões de favelados – praticamente uma Itália – no Brasil. É preciso revogar a negligência e o populismo que permitem o surgimento de favelas. No caso das já existentes, eliminar as que estão em área de risco ou proteção ambiental. Conferir títulos de propriedade é um primeiro passo para a urbanização dessas chagas das grandes cidades.

34 Superprefeitos para as regiões metropolitanas
Os prefeitos das cidades que fazem parte de uma região metropolitana são como condôminos que jamais se reúnem para discutir os problemas do prédio onde moram. São Paulo é um exemplo dramático. A prefeitura não consegue limpar o Tietê porque Guarulhos não tem rede de esgoto tratado e despeja imundície no rio. Um superprefeito seria como um síndico eficiente. Com perfil técnico, poderia coordenar o uso da água, o saneamento, o destino do lixo, a unificação do transporte entre cidades. Quem escolheria o superprefeito? O governador do estado.

35 Combater o tráfico de drogas com realismo
O tráfico de drogas é o principal responsável pela criminalidade no Brasil. No Rio de Janeiro, os barões da cocaína controlam 300 das 752 favelas. Não é possível extirpar a droga do cotidiano urbano, mas dá para diminuir as taxas de violência associadas a ela. Para tanto, urge eliminar o caráter territorial do tráfico brasileiro. É pelo controle de áreas geográficas, nas quais também exploram outros serviços tão lucrativos quanto ilegais, que os bandos se digladiam. Há mais cocaína em Nova York do que no Rio, mas lá os traficantes não têm feudos a defender ou tomar. Circulam para vender o seu único produto.

36 Planejar o crescimento
As cidades médias, com população entre 100 000 e 500 000 habitantes, são as que mais crescem no Brasil. Como resolver um problema urbano custa 100 vezes mais do que preveni-lo, é óbvio o ganho em se planejar a expansão dessas cidades. As prefeituras devem estabelecer regras férreas sobre o que pode ou não ser feito em termos de ocupação do solo, tendo em vista o futuro almejado para seus municípios.

37 Tirar a majestade do carro
No Primeiro Mundo, progresso é transporte coletivo de qualidade e restrição severa à circulação de carros, por meio de medidas como rodízio e pedágio. O Brasil está na contramão, porque suas cidades continuam a reduzir o espaço para pedestres, a ampliar as vias para automóveis particulares e a tratar o transporte público com descaso. São Paulo, onde já rodam mais de 6,1 milhões de carros, pode parar de vez em 2015.

38 Organizar o transporte coletivo
O Brasil é o lugar em que eufemismos viram solução de governo. É o caso do chamado transporte alternativo. A palavra correta é "ilegal". No Rio de Janeiro, a bandalha já superou os serviços regulares. Circulam na cidade 7 500 ônibus de empresas formais e 8 000 vans ilegais. Estabelecer um sistema integrado de transporte é a melhor forma de evitar a invasão de perueiros e assemelhados.

39 Conferir aos ônibus o padrão de metrô
Nos pontos de ônibus londrinos e parisienses há luminosos que informam em quanto tempo chegará o próximo carro de cada linha. A margem de erro é muito pequena, mesmo no horário do rush. É a prova de que o serviço de ônibus pode ser pontual, rápido e guardar intervalos curtos entre as partidas. Para seguirem o exemplo, as cidades brasileiras precisam criar corredores exclusivos.

40 Não se intimidar com os desafios
Quando se fala em problemas urbanos, surgem cifras que, não raro, paralisam as administrações e os cidadãos. Mas sempre é possível encontrar soluções baratas. Curitiba tornou-se referência de transporte público sem gastos excessivos. Também se deve levar em conta que parte dos custos embute a corrupção. São Paulo e Cidade do México começaram a construir metrô no mesmo período. A primeira conta, hoje, com 60 quilômetros de linhas. A segunda, com 200. O quilômetro escavado paulistano custa 500 milhões de reais. O mexicano, 90 milhões. E olhe que a Cidade do México enfrenta terremotos...


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dilma radical

Dilma ironiza elogio de Serra ao Bolsa Família

De Leila Suwwan, de O Globo:

A petista Dilma Rousseff voltou a repetir em Porto Alegre os bordões "lobos em pele de cordeiro" e "exterminadores de emprego" para se referir a seus adversários políticos nesta disputa presidencial.

De acordo com a pré-candidata do PT, os tucanos não podem se apropriar dos avanços da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, porque eram uma oposição "feroz".

Sem citar José Serra (PSDB), ela fez alusão ao recente giro do tucano no Nordeste, onde apoiou o Bolsa-Família, e lembrou à oposição que elogios às obras de integração da Bacia do São Francisco são elogios ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

- O país mudou porque nós construímos um novo país, que, para o mundo inteiro, anda com cabeça erguida e é respeitado. Esses que querem passar como herdeiros do legado do presidente Lula, até ontem eram a oposição mais feroz e destrutiva, que foi contra o Bolsa Família, que disseram ser o "bolsa esmola". Recentemente, disseram que, se eles assumissem o governo, eles destruiriam o PAC 1. Esses que nos ridicularizavam quando a gente foi olhar uma das obras mais importantes, que é a integração da bacia do São Francisco, hoje saem por aí e dizem: "somos a favor do Bolsa Família". Não falam do PAC, mas defendem as obras - discursou Dilma, para um auditório de militantes sindicais e sociais.

- Esses que são os lobos em pele de cordeiro aos quais eu me referi. Exterminadores de emprego quando estiveram no poder! Exterminadores do nosso futuro! Nós somos os criadores de emprego e de futuro - disse Dilma.

quarta-feira, abril 14, 2010

Entrevista com Aécio no Estadão

'A grande incógnita é como será a relação de Dilma com o PT', diz Aécio

Ex-governador afirma que candidata pode sofrer influência do 'PT ideológico e com problemas éticos'

11 de abril de 2010 23h 47

Christiane Samarco, de O Estado de S. Paulo


Aécio resiste em ser vice de Serra, mas o convida para abrir sua campanha em MG
Ex-governador de Minas Gerais que deixou o cargo com popularidade recorde, Aécio Neves perdeu para o paulista José Serra o posto de pré-candidato do PSDB a presidente, mas não cultiva mágoa ou despeito. Certo de que a presidenciável petista Dilma Rousseff "é uma grande incógnita", Ele quer começar a campanha de Serra por Minas Gerais, como pré-candidato ao Senado e sem falar em vice. Os dois vão se reunir neste início de semana para marcar a data. Aécio vai propor dia 19.
"Condicionei meu descanso primeiro ao lançamento da candidatura no dia 10, e agora por mais nove dias", conta Aécio, que só sairá em férias depois de pedir voto aos mineiros. "Acho que a ida a Minas, no início de sua caminhada, tem o simbolismo de demonstrar a proximidade pessoal nossa, e de Minas e São Paulo, nesta eleição", avalia. Ao mesmo tempo, porém, o tucano adverte que não promete vitória a Serra. "Prometo o empenho. Ninguém induz o voto do eleitor, que é livre para fazer suas escolhas", diz Aécio, em entrevista ao Estado. "Vou tentar demonstrar que, para Minas e para o Brasil, a eleição de Serra é muito melhor."
O que o senhor achou do discurso de lançamento de José Serra?
Foi um discurso conceitual. Ele precisava abordar vários temas, fez críticas objetivas à ação do governo - jamais pessoais, o que achei muito positivo. Eu procurei falar antes dele, para superar constrangimentos de setores do PSDB que se atemorizam com a proposta do debate FHC x Lula.
Há razão para temer comparação?
Ao contrário. Vamos para o embate. O PT comete o equívoco de restringir sua existência aos oito anos de governo Lula. Vamos reconstruir as nossas trajetórias e ver quem contribuiu mais para que chegássemos aonde estamos hoje. Não tenho dúvida de que nós do PSDB sempre tivemos muito mais generosidade para com o País do que o PT. Busquei despersonalizar a disputa, refazer o passado. A partir daí vamos discutir o presente.
Seu discurso de oposição, no lançamento, foi em tom acima do habitual.
Oposição ao PT, porque acho importante que o Brasil saiba qual é e qual foi a postura do PT nos momentos mais graves até aqui. O que me incomoda é ver o PT tentando vender aos brasileiros a ideia de que o Brasil das virtudes e do desenvolvimento foi construído por eles, quando, em vários momentos cruciais, eles preferiram priorizar o projeto partidário ao nacional. Negaram voto a Tancredo, apoio a Itamar Franco, porque Lula já aparecia em posição boa nas pesquisas para presidente, e na construção da estabilidade, no governo FHC.
Seu discurso no lançamento foi para conclamar a militância à luta eleitoral?
Falei com o objetivo de dar coragem aos nossos companheiros para enfrentar este debate no campo que o PT quiser. No campo ético, vamos lá. Se querem falar de privatização, quem pode ser contra a privatização da telefonia ou da siderurgia? Quanto a futuro e propostas para o Brasil, estamos muito mais preparados. E vamos discutir também o presente e o passado.
Mas o senhor não citou o nome da candidata adversária, Dilma Rousseff.
Eu tenho respeito pessoal pela Dilma e acho que esta campanha não pode ser personalizada. Se formos por este caminho, ela perde a essência, se amesquinha. Quero dizer o que o PT no governo representa. Principalmente o PT sem o pragmatismo e a autoridade de Lula, que o enquadrou na manutenção da política econômica atual.
Dilma não terá essa autoridade?
Esta é a grande incógnita. Ela terá que demonstrar durante a campanha como será a relação com o PT, como virá o PT ideológico do Estado máximo e que presença o PT dos problemas éticos terá no governo. Foram todos absolvidos e, no lançamento da candidatura dela, estavam muito sorridentes.
A disputa entre seus aliados em Minas já é sinal de que faltará comando?
Não é demérito. É natural que ela não tenha sobre o PT a liderança que o presidente Lula tem, por sua história, seu carisma e sua alta popularidade. A Dilma terá dificuldades e esta é uma preocupação que permeará a campanha.
Alguns tucanos, especialmente os paulistas, se queixaram da falta de empenho de Minas na última eleição.
Isso é falso. Está na cabeça de um ou outro áulico que não conhece Minas. Recebi um telefonema do governador Alckmin na quinta-feira, para dizer que não se lembra de ninguém que tenha se empenhado tanto na eleição dele como eu. O resultado da eleição você não define. O empenho sim, e este Serra terá. Alckmin e Serra, em 2002, tiveram. Só que disputavam com Lula, que era muito popular. Será que Alckmin teria os 40 e muitos por cento que teve em Minas não fosse o empenho muito grande nosso?
Com o Lula fora da eleição fica mais fácil dar vitória para Serra em Minas?
Lula é um adversário muito mais difícil. Agora, não prometo vitórias. Prometo o empenho, que será de todos nós. Ninguém fez mais gestos em favor da unidade do partido e demonstrou mais desprendimento do que eu. E não fiz isto com má vontade, contrariado. Apostei em uma proposta, apresentei ao País. Quando vi que o PSDB caminhava em outra direção e que insistir poderia provocar um cisma no PSDB, privilegiei o projeto de País porque acho extremamente importante que este ciclo que está aí se encerre.
O ciclo do PT não foi positivo?
Reconheço virtudes no presidente Lula, mas acho que o PSDB está muito mais preparado hoje para acabar com esse aparelhamento absurdo da máquina pública. E a ministra Dilma, com os méritos que tem, terá que entrar no debate de forma muito clara sobre o espaço desse PT ideológico, estatizante, que aparelha o Estado em razão da filiação partidária, o coloca a serviço de seus interesse, e muitas vezes insinua ações de restrição à liberdade de imprensa e às conquistas democráticas.
E o debate Serra x Dilma?
Esse é bom para nós também porque os nossos modelos de gestão vão estar em debate. Vamos demonstrar que a meritocracia é o antídoto ao messianismo, porque ela te permite dados objetivos de avaliação dos resultados na vida das pessoas. Os que apostam no messianismo, nos discursos e na autoproclamação da própria bondade temem essa comparação. Vamos contrapor esses dois modelos e acho que temos grandes vantagens. Lula será sempre reconhecido pelo Brasil como um presidente extremamente importante em um momento da nossa história. A perpetuação do PT no poder não é boa para o País.
Que vantagem tem o PSDB no embate de perfis Serra x Dilma?
São duas pessoas dignas, com histórias de vida respeitáveis e nós temos que partir deste pressuposto. O Serra resgata a eficiência na gestão pública como instrumento dos avanços sociais e representa uma política externa muito mais afim aos interesses do Brasil, inclusive os comerciais e pragmáticos, e não uma aliança meramente ideológica. Não há hipótese de interromper programas que estão dando certo, mas podemos aprimorá-los.
E a ministra Dilma ?
O grande senão que se coloca em relação a ela - e aí é um preço que ela paga exatamente por não ter tido a experiência de comando no Executivo, nem mandato eletivo - é qual será a presença desses setores ideológicos do PT e dos aloprados no seu eventual futuro governo. Ela terá que dizer aos brasileiros exatamente o que pensa de modelo de Estado, das instituições democráticas, da liberdade de imprensa, do aparelhamento do Estado e desse inchaço da máquina pública.
O senhor não promete vitória. Dá para vencer sem derrotar Dilma em Minas? O PSDB nacional diz que não.
Eu disse que não prometo resultado. Felizmente, cada eleitor brasileiro vale um voto, esteja ele no Nordeste, no Sul ou em São João Del Rei. Isto já é um avanço, porque antigamente os líderes indicavam seus sucessores. Eu, acima de qualquer projeto pessoal que possa ter tido, estarei absolutamente engajado na campanha do Serra por duas razões: vejo nele todas as condições de fazer um belo governo e acho fundamental encerrar este ciclo, porque o enraizamento desses setores que estão no governo pode ser muito perverso para o País.
Qual é o significado do convite a Serra para abrir o roteiro de viagens da pré-campanha em Minas Gerais?
É um gesto simbólico, para demonstrar de forma clara que estaremos juntos independentemente da minha posição e da candidatura que eu venha a disputar.
O senhor se refere a dúvidas quanto a seu engajamento na campanha?
Na verdade, esta dúvida está na cabeça de meia dúzia de pessoas que desconhecem a realidade de Minas e não acompanharam a campanha. Serra e o governador Geraldo Alckmin agradeceram o empenho e a forma como atuamos, frente ao adversário Lula, que era muito forte em Minas. A ida de Serra a Minas, no início de sua caminhada, tem o simbolismo de demonstrar a proximidade pessoal nossa, e de Minas e São Paulo, nesta eleição. Mas ninguém induz o voto do eleitor. O eleitor é livre para fazer suas escolhas. Eu vou tentar demonstrar que, para Minas Gerais e para o Brasil, a eleição de Serra é muito melhor.

J. R. Guzzo Em modo extremo

da Veja:

http://sergyovitro.blogspot.com/2010/04/j-r-guzzo-em-modo-extremo.html

domingo, 11 de abril de 2010

J. R. Guzzo Em modo extremo

"Lula não corrige nenhum dos erros que comete, pois acabou
convencido de que não erra nunca; além disso, é estimulado
o tempo todo a continuar errando"

O brasileiro comum, do tipo que não pode nomear parentes nem agregados para "cargos em comissão" no serviço público, raramente tem a oportunidade de ser bajulado. Em compensação, passa a vida pagando pelos estragos causados pela bajulação praticada em escala maciça, e todos os dias, nas esferas mais altas do governo – a começar pela esfera mais alta de todas. Não existe uma única alma, ali, capaz de admitir que possa haver algum erro, mesmo de pequeno porte, em qualquer coisa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diga, faça ou pense. O resultado é que Lula não corrige nenhum dos erros que comete, pois acabou convencido de que não erra nunca; além disso, é estimulado o tempo todo a continuar errando. A conta, como de costume, é paga pelo público em geral. Como poderia ser diferente, quando as pessoas com quem Lula fala e convive diariamente estão dispostas a tudo para deixar claro, claríssimo, que ele tem sempre razão, seja lá no que for?

O presidente, por sua própria iniciativa, já se acha a obra mais bem-acabada que a história do Brasil conseguiu produzir até hoje. Fica ainda mais convencido disso, naturalmente, quando é chamado por seus ministros e principais mandarins de "Nosso Mestre", "Nosso Guia" ou "Nossa Luz", e passa o dia inteiro cercado de gente cuja grande preocupação na vida é dar um jeito de dizer só o que ele quer ouvir. Ou então não dizer, de jeito nenhum, o que ele não quer ouvir. Talvez ninguém tenha resumido melhor essa questão do que a ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata oficial nas próximas eleições presidenciais. Questionada recentemente sobre o que achava da situação dos presos políticos em Cuba, que Lula havia acabado de comparar com "bandidos" de São Paulo, Dilma mostrou que só pensa naquilo – como concordar com o chefe. "Vocês não vão tirar de mim nenhuma crítica ao presidente Lula", respondeu aos jornalistas. "Nem que a vaca tussa." A candidata, em suma, não disse nada sobre a liberdade em Cuba. Ao mesmo tempo, disse tudo sobre o padrão de conduta hoje em vigor no governo.

Até algum tempo atrás, com seus índices de popularidade que não param de subir, Lula parecia satisfeito em ouvir de seus auxiliares, concordando 100% com eles, que é o maior presidente que o país jamais teve. Hoje já começa a dar a impressão de que está se sentindo grande demais para caber nas fronteiras do Brasil. "Eu gostaria que todos os governantes do mundo agissem como eu ajo", disse ele numa de suas recentes viagens ao exterior. Ultimamente deu para achar que o Brasil tem condições de resolver o problema do Oriente Médio, que está aí pelo menos desde 1948, ou de convencer os aiatolás do Irã a utilizar de maneira construtiva a bomba atômica que, segundo se suspeita, estão fabricando. Imagina que a melhor maneira de amansar ditadores é ficar amigo deles, e vive ouvindo de seus colaboradores que é um grande nome para chefiar as Nações Unidas depois que acabar seu mandato presidencial; aparentemente, até agora, vem achando muito natural essa possibilidade.

É óbvio que não se pode esperar nada muito diferente disso; a Presidência da República, aqui ou em qualquer lugar do mundo, é um ecossistema voltado para a sobrevivência dos mais aptos a bajular, obedecer e dissimular o que pensam. Tome-se, por exemplo, o caso da Casa Branca, onde a palavra "transparência" tem um valor quase religioso, pelo menos no discurso oficial da política americana. Ninguém que tenha um gabinete ali dentro sairia de casa de manhã, rumo ao trabalho, prometendo a si próprio: "Hoje eu vou dizer umas boas verdades a esse Obama". Se disser, serão as suas últimas palavras no emprego – o índice de mortalidade na carreira é altíssimo para pessoas que querem, ao mesmo tempo, servir a presidentes da República e manter intacta a sua sinceridade. Na verdade, a história se repete em qualquer lugar, público ou privado, onde alguém manda. O máximo que se consegue nesses ambientes, em matéria de crítica, são comentários do tipo: "O grande defeito do chefe é que ele trabalha demais". Ou é perfeccionista demais, sincero demais, confia demais nas pessoas, e por aí afora.

O problema, nos casos de bajulação em modo extremo como a que existe hoje em torno do Palácio do Planalto, é que o governo já começa a achar que a ausência de aplauso é uma anomalia; algo tão incompreensível que só pode ser má-fé. "Eu inaugurei 2 t000 casas e não vi uma nota no jornal", espantou-se o presidente tempos atrás. É nisso que veio dar essa história de "Nosso Mestre"...

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Contribuinte - Fiscal dos investimentos compulsórios no setor público.

segunda-feira, abril 12, 2010

ENTREVISTA DA 2ª - ZBIGNIEW BRZEZINSKI

São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2010

ENTREVISTA DA 2ª - ZBIGNIEW BRZEZINSKI

"Não tenho ilusão sobre fim rápido da bomba atômica"
GRANDE estrategista da política externa americana no século 20, Zbigniew Brzezinski defende negociações amplas sobre o programa nuclear do Irã, em que o país receba garantias de que não será atacado ao abrir mão da bomba. Ele afirma que os EUA devem tomar a frente de um plano para a criação do Estado palestino, porque o conflito ameaça a segurança americana, e demonstra ceticismo sobre a meta, expressa pelo presidente Barack Obama, de pôr fim aos arsenais atômicos. Brzezinski diz que os EUA não pretendem abdicar de sua hegemonia: "Se a atual proeminência da América entrasse em declínio rápido, todo o mundo seria lançado no caos político e econômico".

CLAUDIA ANTUNES
DA SUCURSAL DO RIO

Como assessor de Segurança Nacional do presidente democrata Jimmy Carter (1977-1981), Zbigniew Brzezinski contabilizou uma vitória importante e um grande revés no Oriente Médio: o acordo de paz Israel-Egito, o primeiro entre o Estado judeu e um vizinho árabe, em 1978; e a Revolução Islâmica de 1979 no Irã, com a tomada de reféns na Embaixada dos EUA, que teve peso decisivo para a vitória do republicano Ronald Reagan na eleição presidencial de 1980.
A região e os dois países, Israel e Irã, continuam nos cálculos de Brzezinski, que em março esteve na Casa Branca, com outros antigos assessores presidenciais, para tratar do assunto com o atual conselheiro de Segurança Nacional, general James Jones, e Barack Obama. A urgência de um acordo de paz na Palestina e o programa nuclear iraniano foram os principais temas desta entrevista à Folha de um Brzezinski de voz firme, aos 82 anos.



FOLHA - O sr. é um dos veteranos da política externa americana que propuseram que Obama apresente um plano pronto para a solução de dois Estados do conflito israelense-palestino. Acredita que ele fará isso?
ZBIGNIEW BRZEZINSKI - Eu não sei.
FOLHA - Por que defende essa abordagem?
BRZEZINSKI - Porque acho que um arranjo de paz no Oriente Médio é de interesse de todas as partes envolvidas. Os EUA estão cada vez mais ameaçados pelo radicalismo e o extremismo na região, e parte disso é provocada pelo conflito contínuo entre Israel e os palestinos. Israel precisa de paz para se tornar uma parte aceita do Oriente Médio, no qual viva em segurança e prospere e possa até mesmo se tornar a Cingapura da região. E os palestinos têm direito à dignidade política, à independência política e a um território nacional.
FOLHA - E os dois lados, sozinhos, não poderiam alcançar um acordo?
BRZEZINSKI - Isso é absolutamente certo. A questão é que esse conflito agora se prolonga por várias décadas, e todo esforço de paz baseado apenas na negociação entre os dois lados fracassou.
FOLHA - Faz sentido negociar sem incluir o Hamas?
BRZEZINSKI - De uma forma ou de outra, os elementos extremistas dos dois lados terão de ser envolvidos, e, se a acomodação proposta responder aos interesses básicos tanto de Israel quanto do público árabe, os extremistas acabarão isolados politicamente.
FOLHA - Acredita na chance de o Hamas aderir a um acordo?
BRZEZINSKI - Se o acordo parecer justo e atraente para uma porção significativa dos palestinos, e se ele trouxer benefícios tangíveis, acredito que o Hamas pode muito bem evoluir. Mas é algo que nunca saberemos se acontecerá se não tentarmos fazer acontecer.
FOLHA - Houve esse choque recente entre Obama e o premiê Netanyahu após o anúncio de construções em Jerusalém Oriental. Não está claro, no entanto, se Israel vai suspender as construções. Qual deve ser o próximo passo dos EUA?
BRZEZINSKI - Em geral, eu apoio a posição que Obama adotou até agora, e veremos como Israel responde às propostas americanas mais recentes.
FOLHA - O balanço de forças dentro dos EUA favorece que haja mais pressão sobre Israel?
BRZEZINSKI - Eu acho que o povo americano em geral é a favor de uma solução pacífica, mas apoiar uma solução pacífica não é a mesma coisa que pressionar Israel. Uma solução requer compromissos tanto de Israel quanto dos palestinos. O problema é que nenhum dos dois lados parece disposto a dar o primeiro passo. A equipe de Obama está penosamente consciente desse fato.
FOLHA - As últimas iniciativas de Obama na questão nuclear contêm uma mensagem para o Irã suspender seu programa atômico. Ele será bem-sucedido?
BRZEZINSKI - Não tenho certeza de que estamos pedindo ao Irã que suspenda seu programa nuclear [o país tem o direito a tê-lo, como signatário do Tratado de Não Proliferação]. Acho que pedimos ao Irã provas convincentes e que concorde com acordos com credibilidade para dar à comunidade internacional a confiança de que seu programa não está destinado à produção de armas atômicas.
FOLHA - O sr. já disse que o programa nuclear do Irã deveria ser negociado num quadro em que os iranianos receberiam garantias de segurança. Obama não encampou essa iniciativa. Sustenta essa proposta?
BRZEZINSKI - Eu apoio a inclinação de Obama de negociar com o Irã, mas eu era a favor no passado e sou ainda hoje de negociações de maior amplitude, nas quais várias grandes questões, incluindo a segurança regional e as relações econômicas, sejam tratadas simultaneamente às discussões específicas sobre a questão nuclear.
FOLHA - O que está impedindo o governo Obama de fazer isso?
BRZEZINSKI - Em parte, a falta de uma resposta palpável do Irã.
FOLHA - Existem outros fatores? BRZEZINSKI - Pode haver alguma hesitação em ampliar de modo prematuro a pauta de negociações, mas minha opinião sobre isso é diferente da do governo.
FOLHA - O Itamaraty tem insistido em que há espaço para um pacto no qual o Irã entregaria parte de seu estoque de urânio pouco enriquecido em troca de combustível para seu reator de uso médico. A Turquia seria intermediária dessa troca. A posição brasileira é ingênua?
BRZEZINSKI - Eu não conheço a posição brasileira precisamente. Mas do que eu já ouvi sobre ela, e, pela sua descrição, me parece que representa um ponto de vista que deveria ser levado em consideração.
FOLHA - Brasil e Turquia, com cadeiras não permanentes no Conselho de Segurança, dizem que gostariam de ver mais negociações antes de novas sanções ao Irã. Se aprovadas, as sanções darão resultado?
BRZEZINSKI - Não tenho como saber que tipo de sanções será aprovado. Haverá negociações, e certamente haverá diferentes posições sobre a questão. Também sabemos que sanções demoram bastante tempo para ter efeito, e que é melhor que sejam acompanhadas por negociações sérias.
FOLHA - Alguns analistas nos EUA dizem que é inevitável que o Irã obtenha arma atômica e que será preciso conviver com isso. Concorda?
BRZEZINSKI - Eu espero que isso não aconteça, porque acho que seria desafortunado, e poderia criar tensões muito sérias nas relações internacionais. Ao mesmo tempo, tenho confiança em que poderemos conter qualquer nova potência nuclear, assim como contivemos por muitos anos potências perigosas e poderosas como a União Soviética stalinista e a China de Mao Tsé-tung. [ele se refere ao conceito de contenção, da Guerra Fria, em que o poderio bélico é usado não em conflitos, mas para dissuadir o oponente de atacar].
FOLHA- Como o senhor avalia a nova estratégia nuclear de Obama? É otimista em relação ao objetivo de pôr fim aos arsenais atômicos?
BRZEZINSKI - Eu acredito que as iniciativas adotadas recentemente são uma contribuição positiva para um mundo que se torne cada vez menos dependente, por um período prolongado, de armas nucleares. Mas não tenho nenhuma ilusão de que o movimento nessa direção será rápido e não tenho meios de prever quando as armas atômicas desaparecerão de todo, se é que isso acontecerá, e de qualquer forma com certeza não será em pouco tempo.
FOLHA - China e EUA são interdependentes na economia. Mas setores nos EUA demonstram preocupação de que a China ameace o domínio militar americano no Pacífico. O sr. teme o desafio militar chinês?
BRZEZINSKI - Não há dúvida de que a relação entre os EUA e a China tem importância enorme, talvez central, para os dois países. E eu sei que a China, em longo prazo, está destinada a ter uma corporação militar cada vez mais poderosa. No entanto, acho que, neste estágio, análises alarmistas não são acuradas nem propiciam a manutenção de uma relação bilateral estável e responsavelmente cooperativa.
FOLHA- O século 20 foi o século americano. O sr. acredita que os EUA terão a capacidade de manter seu papel proeminente nas questões internacionais no futuro próximo?
BRZEZINSKI - No futuro próximo, com certeza. Os EUA não estão se preparando para abdicar. Mas o futuro próximo são no máximo 20 anos. O que virá depois é impossível prever com confiança. Mas uma coisa é clara para mim: se a atual proeminência da América entrasse em declínio rápido, todo o mundo seria lançado no caos político e econômico.

quarta-feira, abril 07, 2010

DISCUSSÃO DA FORÇA: General diz que supostos torturados na ditadura só querem ganhar bolsa

Pedrao inicia a discussão:


Aqui vai uma entrevista com um general da ditadura militar... Eu confesso que a princípio até me sinto estranho ao publicar um sujeito desse na força, mas é um argumento, mesmo discordando de quase tudo, considero alguns argumentos válidos...Além disso , parece que o mais sensato e pensar que não há uma verdade absoluta, mas uma construção...Pra mim, a verdade se encontra mais no consenso, mas que se chega a partir dos embates, do discenso...Essa reportagem, de algum modo , contribuiu para se chegar numa "verdade".

Agora, é uma palhaçada o general negar que houve torturas, esse o aspecto mais repugnane da ditadura militar...Posso até aceitar que a opinião pública pode exagerar , mas há inúmeros relatos, livros ( como o Brasil Nunca Mais que se baseia em inquéritos policiais, portanto contadas por eles próprios ) , e etc que provam a ocorrencia das torturas...

Outra palhaçada é o cara afirmar que não houve exilados, mas fugitivos...Para ele ninguém foi expulso do país , mas saíram pq quiseram ...

Qto ao que tiro de argumento positivo dos militares é o fato de que não se pode ter uma visão maniqueísta do conflito..Se houve ditadores, houve tb os terroristas,que mataram inocentes e etc...E do mesmo modo que uma tortura não pode ser justificado pelos fins almeijados , um atentado terrorista tb não...

E um argumento dele me deixou intrigado : Será que no futuro iremos olhar com bons olhos para esse período, com a justificativa de que impediu um regime comunista e etc?? A ditadura pode até ter tido tal funçao ( e penso que essa idéia tende a crescer com o tempo ) , mas pela forma como se fez , pra mim, não dá pra elogiar esse período...Torço para que a tortura não seja relativizada no futuro....


http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1556374-17665,00-GENERAL+DIZ+QUE+SUPOSTOS+TORTURADOS+NA+DITADURA+SO+QUEREM+GANHAR+BOLSA.html

Eu concordo em parte com suas afirmações neste caso, mas acho que quem tinha que agir não era o exército e sim a justiça, na hipótese que vc aventou de quebra de preceitos constitucionais... acho que o golpe não é uma boa alternativa, já que ele, em si, já é uma quebra de tais preceitos...


--
Luis Henrique


"Uma verdade por dia... Um mundo por sensação... Estou triste. A tarde está fria. Amanhã, sol e razão." (Fernando Pessoa)





Responder Pedro Castro para forca-popular
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Primeiro, a Uniao Sovietica nao se transformou numa potencia desenvolvida.....No maximo gerou uma potencia militar, mais nada.... Que os paises da ex Uniao Sovietica nao sao desenvolvidos estah claro, basta ver a Russia.....O patamar de vida por lah nao chega perto do europeu ou norte-americano e estah mais proximo do brasileiro.....Portanto, nao ser iluda com os planos stalinistas, eles nao geraram riqueza...Mais ainda, a Russia saiu da ditadura sovietica tambem com uma decada perdida (procure saber sobre o desempenho economico da Russia na decada de 90)....Saiu com um ambiente democratico/politico ainda pior que o brasileiro; em particular, a Russia estah constantemente flertando com tendencias autoritarias (Putin!) e atualmente tem graves problemas separatistas....

Quanto a democracia, sou defensor dela mas com uma ressalva.....A democracia nao deve ser usada para agredir os direitos individuais....O direito a propriedade privada, a livre expressao, a livre associacao, etc nao podem ser questionados pela maioria democraticamente eleita.....A liberdade individual se sobrepoe a democracia; os direitos fundamentais do individuo sao mais importantes que a vontade da maioria....


2010/4/6 Luís Henrique Diniz
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Eu concordo em parte com suas afirmações neste caso, mas acho que quem tinha que agir não era o exército e sim a justiça, na hipótese que vc aventou de quebra de preceitos constitucionais... acho que o golpe não é uma boa alternativa, já que ele, em si, já é uma quebra de tais preceitos...


--
Luis Henrique


e-mail: lhdiniz@yahoo.com.br
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"Uma verdade por dia... Um mundo por sensação... Estou triste. A tarde está fria. Amanhã, sol e razão." (Fernando Pessoa)

--

Para mim a democracia não prescinde desses direitos, até porque são eles que garantem independência para colocar suas posições perante ela...


--
Luis Henrique

-- Responder Hugo para FORÇA
mostrar detalhes 14:43 (5 horas atrás)


Nossa sociedade vive do contratualismo, então legitimidade
necessariamente esta associada com apoio da maioria.
O fato de que você "entende" que os militares estavam em desacordo com
o presidente e até vê "justificativas" para um golpe demonstra um
apoio passívo a algo absolutamente intolerável: A violação nua e crua
da democracia brasileira e das aspirações coletivas da maioria da
população. O exército não tem papel de poder moderador em nenhuma
sociedade democrática, e nem deveria ter pois tem vida política
própria...
"As Classes médias" não estavam com a ditadura e os setores que
estavam não correspondiam a maioria da população de maneira alguma, o
que vimos mesmo foi uma situação de imposição de uma agenda política
por uma minoria, um golpe, mascarada de revolução, e vemos ainda hoje
pessoas tentando promover essa noção, mesmo depois que a opinião
pública já chegou a conclusões definitivas sobre os acontecimentos.
Sinceramente, a maioria dos seus posts são contaminados por essa visão
maniqueísta que você acusa a opinião pública de ter, você vê tudo que
tenha caráter esquerdista como mal e vê uma necessidade de combate
retórico direta ou indireta, o que é bem evidenciado por sua afirmação
de que "só porque os militares foderam com o país, não deveríamos
enaltecer seus opositores". Não acho que você é ingênuo e desconhece a
natureza da utilização da "força" na política, e que acha de maneira
alguma ser possível apoiar "partidos" inexistentes em disputas
políticas, Você vê "a esquerda" como inimigos maiores e claramente
prefere a presença dos militares.
Não acho que pessoas como Dilma Roussef ou Fernando Pimentel
recorreriam ao "terrorismo" em situações diferentes da imposição de
uma agenda política estrangeira a realidade brasileira, digo
estrangeira porque foi necessário os apoio político, econômico e
logistíco estrangeiro para implementar essa política e mesmo assim não
se conseguiu convencer a população, houve um reconhecimento de
incompetência e a força bruta teve de ser utilizada. Essa força bruta
necessariamente impedia pessoas como Dilma e Pimentel de promover suas
idéias, e necessariamente os empurrava a ilegalidade. Vemos hoje
claramente isso, a ditadura acabou e a antiga oposição armada
participa de forma saudável do processo político, sem recorrer a
manobras ilegais em geral.


On 7 abr, 00:27, Pedro Souza wrote:
> Vou comecar por aqui :
>
> "A melhor maneira de "salvar" a democracia é garantir que o
> processo político prossiga (legitimamente) independentemente da
> direção em que caminha."
>
> Exatamento o que eu penso....Mas o que pra vc significa ser legítimo ? Pra mim, essa legitimidade tá ligada ao processo eleitoral e constitucional, a grosso modo.... Bom o jango levou uma proposta de emenda à constituição para fazer a reforma agrária...Mas nesse meio tempo , ele assina um decreto dizendo estar instituído a reforma agrária( no famoso comício )..Ai pra mim está o grande erro dele, pois foi uma decisao arbitrária, ou sejam reforma na marra , custe o que custar - isso não é , como vc diz, a sociedade de livre e comum acordo ( esse acordo ocorre ou no processo constituinte ou no legislativo ).... Como eu já disse antes, a democracia , pra mim, pode abarcar tanto o capitaliso, quanto o socialismo, como qualquer outro tipo de modelo...
>
> Mas é claro que o golpe não ocorreu devido a essas questões de legalidade ou institucionalidade que eu mencionei, basta lembrarmos que os militares impediram o jango , que esta na china, de voltar para o país...Ou seja, já havia o desejo do golpe, o que não invalida essa justificativa ( na verdade , usando a expressao do zumba , o que tinha ali era um fla-flu )...E eu torço pro juiz hahaha..., ou tento torcer..
>
> Agora não entendi sua frase : " Você não está elogiando a ditadura, somente acha que o golpe
> militar foi justificado" ....É uma crítica , no sentido de mostrar uma incoerência minha ? Se for , eu acho que vc não entendeu meu ponto..
> Eu não acho que o golpe foi justo , mas que tb havia justificativas para sua ocorrencia... Isso não siginifca que eu apoie o golpe. E além disso , posso apoiar o golpe e ser contra a ditadura... Ou seja, posso entender que os militares devam intervir quando há uma arbitrariedade do presdente, mas não concordo que deva ficar nem mesmo um ano no poder e que encoste um dedo sequer em algum preso, e outras tantas barbaridades...
>
> Eu acho que devem ser analisados sempre as justificativas de ambos os lados, e como disse, isso não é feito no Brasil...De acordo com a história majoritária, de maneira geral, a ditadura foi um golpe articulado pelos eua para conter o perigo comunista na Al e ponto....Bom não digo que isso é falso, mas digo que tb haviam setores da populaçao brasileira que eram a favor do golpe , e consideravam o governo jango em direção a um golpe tb - e tais justificativas, como as que eu coloquei quanto as reformas do jango - não vejo nos livros de história.... Como o marcelao bem disse, até certo período a classe média estava com a ditadura ...
>
> Aqui vc disse : "A opinião pública, a seu ver, enaltece o "terrorismo de esquerda"
> possivelmente porque o mesmo não estabeleceu um serviço nacional de
> inteligência para espionar a população, não utilizou de violência
> deliberadamente contra setores da sociedade civil e nem utilizou de
> tortura. Coisa que o de direita fez. "
>
> Eu acho que ai entra no que eu disse no texto anterior sobre uma visão maniqueísta da opiniao pública...O fato dos militares terem feito tudo isso que vc falou ( e o que justifica todas as críticas e objeções ) não significa que deve-se enaltecer o outro lado...Sim, pra mim se colocar os dois lados do conflito armado em uma balança, é claro que os militares vencem de goleada ( no sentido negativo), não preciso explicar isso. E ai concordo com vc, talvez essa disparidade seja a causa desse enaltecimento...Mas não acho que deveria ser assim , e por isso critico...
>
> Eu utilizei a questão do chávez de modo hipotético, mas baseado na realidade do brasil ditadura...Seria como eu dissesse : Imagina vc em 68, o que faria ? Qto a Honduras acho que é uma argumetação mais complicada mesmo de se fazer.... Mas de fato,houve , concretamente em ambos os casos um golpe alegando "salvar a democracia "...Mas com desdobramentos distinto...
>
> ____________________________________________________________________________________

Agora só para acrescentar, quem violou os direitos individuais, no caso braslieiro, foram os militares...


--
Luis Henrique


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Responder Encaminhar

Responder Hugo para FORÇA
mostrar detalhes 15:06 (5 horas atrás)


A União Soviética teve o desenvolvimento econômico mais acelerado que
o mundo já viu entre 1928 e 1950, mesmo passando por uma guerra
mundial que matou 15% de sua população (24 milhoes de pessoas),
destruiu infraestrutura e e cidades inteiras e forçou a realocação de
indústrias bélicas e civis para o leste. "Saiu" da ditadura
estalinista com a morte de Stalin, Kruschev já tinha como programa
político a liberalização da união soviética e tentava reestabelecer
laços com o ocidente, o que culminou anos mais tarde com gorbachev.
A união soviética passou por crises econômicas bem antes dos anos 90,
passou por um período de grande estagnação nos anos 70 que foi
consequência direta de planejamento mal feito por 20 anos. Mas
desenvolveu 100 anos em 10, no perído de 1928 a 1938. Era líder global
em exportação de diversas matérias primas, desenvolveu indústrias
nacionais de commodities competitivas, criou uma economia de escala e
virou liderança político-econômica no mundo devido a isso. É a parte
que putin (e a maioria dos russos) admira em Stálin, quer projetar a
rússia internacionalmente a uma posição de liderança novamente (putin
é um crítico ávido ao socialismo, sempre se manifesta nesse sentido em
davos, mas considera o desmantelamento da união soviética um dos
maiores fracassos geopolíticos que a rússia viveu). A opinião pública
russa nunca favoreceu a democracia, veio de um regime tradicionalista
com raízes medievais e profunda penetração na mentalidade coletiva, de
caráter absolutista, passou por uma revolução socialista que se tornou
uma ditadura e se "liberalizou" nos anos 50 e depois definitivamente
nos anos 90 para se transformar em uma ditadura capitalista
"presidida' por Putin. O autoritarismo russo não tem nada a ver com o
socialismo, é uma característica da política local.


Quanto as ressalvas com relação a democracia, não acho que uma
democracia é verdadeiramente completa enquanto existir subordinação
econômica na sociedade. Acho sim que o direito a propriedade, livre
expressao, livre associadao e direitos individuais devam ser
preservados, mas não considero meios de produção propriedade
individual. São bens coletivos, coisa que vemos claramente quando
temos situações de crise e o contribuinte paga para melhorar a
condição dessa "propriedade privada".
Não considero também que roubo se equivala a propriedade. Ninguém tem
direito a propriedade de algo que extorque de massas de trabalhadores,
por um exemplo. Cada um deveria ter direito sobre o que produz ou o
equivalente em outros commodities.


On 7 abr, 14:19, Pedro Castro wrote:
> Primeiro, a Uniao Sovietica nao se transformou numa potencia
> desenvolvida.....No maximo gerou uma potencia militar, mais nada.... Que os
> paises da ex Uniao Sovietica nao sao desenvolvidos estah claro, basta ver a
> Russia.....O patamar de vida por lah nao chega perto do europeu ou
> norte-americano e estah mais proximo do brasileiro.....Portanto, nao ser
> iluda com os planos stalinistas, eles nao geraram riqueza...Mais ainda, a
> Russia saiu da ditadura sovietica tambem com uma decada perdida (procure
> saber sobre o desempenho economico da Russia na decada de 90)....Saiu com um
> ambiente democratico/politico ainda pior que o brasileiro; em particular, a
> Russia estah constantemente flertando com tendencias autoritarias (Putin!) e
> atualmente tem graves problemas separatistas....
>
> Quanto a democracia, sou defensor dela mas com uma ressalva.....A democracia
> nao deve ser usada para agredir os direitos individuais....O direito a
> propriedade privada, a livre expressao, a livre associacao, etc nao podem
> ser questionados pela maioria democraticamente eleita.....A liberdade
> individual se sobrepoe a democracia; os direitos fundamentais do individuo
> sao mais importantes que a vontade da maioria....
>

> 2010/4/6 Luís Henrique Diniz

>
> > Eu concordo em parte com suas afirmações neste caso, mas acho que quem
> > tinha que agir não era o exército e sim a justiça, na hipótese que vc
> > aventou de quebra de preceitos constitucionais... acho que o golpe não é uma
> > boa alternativa, já que ele, em si, já é uma quebra de tais preceitos...
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> > "Uma verdade por dia... Um mundo por sensação... Estou triste. A tarde está
> > fria. Amanhã, sol e razão." (Fernando Pessoa)
>

Eu só gostaria de fazer uma colocação: na época da ditadura, havia sim uma boa parte da população que apoiou a ditadura... é difícil julgar se era ou não a maioria, tendo em vista que nos anos anteriores houve uma grande alternância entre posições relativamente radicais entre direita e esquerda, o que pode denotar uma relativa divisão na sociedade... mas adesão de uma boa parte da sociedade ao golpe é fato, e levou até o Jabor a dizer que no fim das contas os comunistas da época foram "derrotados pos suas tias"... mas eu acho que é aqui que se insere a discussão que estamos tendo sobre democracia... mesmo que uma maioria absoluta apoiasse a ditadura, a democracia não pode prescindir de direitos fundamentais, a maioria não pode impôr seu ponto de vista sobre esses direitos, porque são eles mesmo que garantem que haverá independência da sociedade para tomar decisões... os regimes comunistas em grande medida defendiam que a democracia viria após mudanças culturais que a viabilizariam, foi em cima desse tipo de idéia que criou-se projetos sangrentos como foi a revolução cultural na China... quer dizer quando todos estivessem cooptados, e dependentes de um regime, aí sim se concederia o direito a opinar, quando todos tivessem a mesma opinião, naturalmente uma condição utópica, e a meu ver indesejável...


Luis Henrique



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Responder Luís Henrique Diniz para forca-popular
mostrar detalhes 15:49 (4 horas atrás)


Eu quis dizer que quando se rompe os direitos fundamentais, o contrato social está em grande medida sustado... frente a um governo que te persegue, a vc e sua categoria, só nos resta lutar... o que não é muito diferente da ideologia americana das milícias... o único argumento minimamente razoável para o direito às armas...

segunda-feira, abril 05, 2010

Leis da política (19/12/1999)

Em memória de um grande sábio...

Relembrado e registrado pelo economista Ricardo Bergamini:

*Roberto de Oliveira Campos

Era uma crespa noite de inverno londrino. Eu tinha convidado para um jantar na embaixada brasileira, ao fim dos anos 70, o grande filósofo liberal francês Raymond Aron e dois sociólogos radicados na Inglaterra, Ralf Dahendorf e Ernest Gellner, este último professor de José Guilherme Merquior, meu conselheiro de embaixada. Na curva do conhaque, quando filosofávamos sobre nominalismo, realismo e existencialismo, contei uma piada que Aron achou divertida. Era a definição de "realidade" por um irlandês, revoltado pela interrupção de suas libações alcoólicas à hora do fechamento dos pubs. "A realidade", disse ele, "é uma ilusão criada por uma aguda escassez de álcool".

Quando partiram os hóspedes, resolvemos, Merquior e eu, em rodadas de uísque, testar duas coisas. Primeiro, a teoria irlandesa do realismo alcoólico. Segundo, nossa capacidade de recitarmos, de memória, aquilo que poderíamos chamar de "leis de comportamento sociopolítico" de variadas personagens e culturas. Alternávamos nas citações, que registrei num alfarrábio que outro dia desenterrei numa limpeza de arquivos. Ei-las:

A lei de Lenin: "É verdade que a liberdade é preciosa. Tão preciosa que é preciso racioná-la".

A lei de Stalin: "Uma única morte é uma tragédia; 1 milhão de mortes é uma estatística".

A lei de Krushev: "Os políticos em qualquer parte são os mesmos. Eles prometem construir pontes mesmo quando não há rios".

A lei de Henry Kissinger: "O ilegal é o que fazemos imediatamente. O inconstitucional é o que exige um pouco mais tempo".

A lei de Franklin Roosevelt: "Um conservador é um homem com duas excelentes pernas, que contudo nunca aprendeu a andar para a frente".

A lei de Lord Keynes: "A dificuldade não está nas idéias novas, mas em escapar das antigas".

A lei de Bernard Shaw: "Patriotismo é a convicção de que o país da gente é superior a todos os demais, simplesmente porque ali nascemos".

A lei de Hayek: "Num país onde o único empregador é o Estado, a oposição significa morte por inanição. O velho princípio de quem não trabalha não come é substituído por um novo princípio: quem não obedece não come".

A lei de Mark Twain: "Um banqueiro é um tipo que nos empresta um guarda-chuva quando faz sol, e exige-o de volta quando começa a chover".

A lei de Lorde Kelvin: "Grandes aumentos de custos com questionável melhoria de desempenho só podem ser tolerados em relação a cavalos e mulheres".

A lei de Charles De Gaulle: "As promessas só comprometem aqueles que as recebem".

A lei de John Randolph, constituinte na Convenção de Filadélfia: "O mais delicioso dos privilégios é gastar o dinheiro dos outros".

A lei de Getúlio Vargas: "Os ministérios se compõem de dois grupos. Um formado por gente incapaz, e outro por gente capaz de tudo".

A lei do governador Mario Cuomo, de Nova York: "Faz-se campanha em poesia e governa-se em prosa".

A lei de John Kenneth Galbraith: "A política não é a arte do possível. Ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso".

A lei de Sócrates: "No tocante a celibato e casamento, é melhor não interferir, deixando que o homem escolha o que quiser. Em ambos os casos, ele se arrependerá".

No último uísque, Merquior me contou um chiste anônimo, que circulava em Londres: "A natureza deu ao homem um pênis e um cérebro, mas insuficiente sangue para fazê-los funcionar simultaneamente". Ao confidenciar a Merquior que pretendia aposentar-me do Itamaraty para ingressar na política, lembrou-me ele a lei de Hubert Humphrey, vice-presidente dos Estados Unidos na administração Lindon Johnson, que dizia: "É verdade que há vários idiotas no Congresso. Mas os idiotas constituem boa parte da população e merecem estar bem representados".

Tendo em vista minhas ambições políticas, combinamos fabricar conjuntamente uma lei, que passaria à posteridade como a lei Campos/Merquior: "A política é a arte de fazer hoje os erros do amanhã, sem esquecer dos erros de ontem". Ao nos despedirmos, já mais sóbrios, lembrei-me de duas leis. A lei do King Murphy, que assim reza: "Não estão seguras a vida, a liberdade e a propriedade de ninguém enquanto a legislatura estiver em sessão". E a lei do sábio Montesquieu, o inventor da teoria da separação de poderes: "O político deve sempre buscar a aprovação, porém jamais o aplauso". Em minha vida política no Senado e na Câmara procurei descumprir a lei do King Murphy e cumprir a lei de Montesquieu. Sem resultados brilhantes nem num caso, nem no outro...


*Defensor apaixonado do liberalismo. Economista, diplomata e político também se revelou um intelectual brilhante. De sua intensa produção, resultaram inúmeros artigos e obras como o livro A Lanterna na Popa, uma autobiografia que logo se transformou em best-seller. Foi ministro do Planejamento, senador por Mato Grosso, deputado federal e embaixador em Washington e Londres. Sua carreira começou em 1939, quando prestou concurso para o Itamaraty. Logo foi servir na embaixada brasileira em Washington, e, cinco anos depois, participou da Conferência de Bretton Woods, responsável por desenhar o sistema monetário internacional do pós-guerra.