segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Pela reestatização do Estado e pela transparência da informação


Ou discordei de uma série de coisas no seu artigo, primeiro os pormenores: a definição de trade-off não ficou boa, para quem não conhece não vai entender bem, para quem já conhece não precisa da definição; segundo a visão utilitarista não é tão ortodoxa assim, pelo menos não ultra-ortodoxa...

Agora entrando no texto mesmo, a forma como você coloca os governos Lula e FHC parece que o governo Lula foi péssimo, mas conseguiu a aprovação da população, e o FHC foi ótimo, mas não conseguiu aprovação... uma forma muito simplista de ver as coisas, acho que os dois governos têm coisas boas e ruins, não querendo entrar no mérito de qual é melhor. O FHC logrou grande popularidade em suas duas eleições, sendo eleito e reeleito, só perdeu mesmo popularidade a partir de 99 quando percebeu-se o golpe eleitoral que ele tinha dado... O Lula conseguiu implacar uma estratégia eleitoral muito boa, expandindo o poder de compra da população, sobretudo da classe C para baixo... estratégia muito bem explicitada no artigo do André Singer.

Outra coisa como assim é melhor não fazer nada? Como você acha que se mudam as instituições para que elas possam convergir com os interesses sociais? Quem determina quais são estes interesses? A resposta está no seu prório artigo: os grupos de interesse lutam no interior do Estado, ou fora dele, por legitimidade para poder propôr caminhos a esses interesses... daí a necessidade de dar voz a certos grupos que não conseguem se organizar por si, e reduzir o poder de outros que os tem de sobra. Mas isso não é não fazer nada, os grupos têm que se mobilizar e colocar seus interesses. Agora nenhum grupo pode ter poder excessivo, pois que se não caímos no que você bem colocou: nas ditaduras.

Na verdade o mais importante nesse processo é ter o máximo de transparência nas relações desses grupos, sobretudo quando agem internamente ao Estado, e dar massa crítica à população para que possam ver através dessas relações e decidir quais são e quais não são legítimas. Quanto mais pensamos que o Estado não tem nada a ver com a gente, mais na mão desses "ambiciosos" nós estaremos, é o habitat pefeito para eles...

Mas eu diria que sim, é possível reestatizar o Estado, ou pelo menos reduzir sua privatização...

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