sexta-feira, abril 08, 2016

Probabilidade de haver novas eleições antes de 2018

Já que a coisa tá feia, vamos brincar de probabilidades.


Minha esposa me pergunta qual a probabilidade de haver eleições diretas para presidente antes de 2018.
Puxa vida, me pegou de surpresa. Sempre digo que o homem confessa toda sua ignorância quando lança mão da ciência das probabilidades. Afinal, dizer que num jogo de futebol  as chances de vitória, empate ou derrota são de aproximadamente 33% para cada evento, é sinal de que você não faz nem ideia do nível técnico e da fase atual de cada time. A ignorância é total a cerca do fenômeno “partida de futebol”.
E foi aproveitando dessa total ignorância minha em relação aos próximos desdobramentos do conturbado momento político em que vivemos, que arrisquei calcular a probabilidade das eleições presidenciais antecipadas.
Lembro que em 2005 apostava minha alma de que o Galo não cairia para a segunda divisão simplesmente pelo fato de saber que a probabilidade existia. Aprendi, desde então, que muitos eventos prováveis só o são na teoria. E o Galo caiu.
Vamos então, caminhar pelo extenso processo do impeachment e tentar responder a complexa pergunta da minha esposa sabendo, é claro, que o provável nesta miscelânia política pode muito bem ser totalmente impossível de acontecer.
Primeiramente, confessando minha total ignorância,  estipularemos 50% de probabilidade para cada bifurcação neste longo processo do impeachment que impacte nas chances de se ter ou não eleições diretas.
Primeira bifurcação:
A comissão do impeachment precisa de aprovar a denúncia.
50%
Segunda bifurcação:
Congresso precisa de 342 votos a favor do impeachment para prosseguir para o senado. Não são 171 contra, como alguns pensam. Se os deputados contrários ao impeachment não comparecerem, não importa. O que conta são os votos a favor do processo comandado pelo Sr. Cunha.
Então, bota mais 50% sobres os 50% de cima.
Terceira bifurcação:
Subindo para o senado, o processo necessita de maioria simples (40 de 81 senadores) para ser instalado.
Aceitando, Dilma é afastada por 180 dias assumindo provisoriamente Temer.
Até aí, nada de eleição.
Mais outro 50% sobre 50% dos 50%.
Quarta bifurcação:
Passando no senado, não teríamos novas eleições. Dilma pode ser inocentada ou pode ser considerada culpada durante o prazo de 180 dias. Se culpada, Temer assume provisoriamente. Vamos acumular mais um 50% de probabilidade sobre os três 50% aí de cima.
Acabou não.
Quinta bifurcação:
Temer também assinou “pedaladas fiscais” quando assumiu a presidência na vacância de Dilma quando da sua viagem para Europa. Além disto, as digitais de Temer estão espalhadas na Lava-jato. De alguma forma, Temer também pode ser impedido.
E taca outros 50% sobre os 50% dos 50% dos 50% dos 50%.
Sexta e última bifurcação:
Considerando a queda do estimável amigo da onça, ex-vice, ex-companheiro e agora ex-presidente, ainda temos um porém. Para convocação de novas eleições, ele teria que cair antes que 2017 chegasse. Se cair depois, as eleições são indiretas.
Então jogue mais 50% nesse monte de 50%’s.
Agora sim, vencendo estes 6 obstáculos, convoca-se novas eleições. E, enquanto rolar a campanha para presidente, Eduardo Cunha, o mestre dos magos que consegue ter diversas contas polpudas e irregulares nos bancos europeus sem ser incomodado, assume temporariamente a presidência da República por ser o terceiro da linha sucessória. Orgulhem-se brasileiras e brasileiros, Cunha é o seu novo presidente da república! Que bacana!
Logo, usando a ciência dos ignorantes e depois do Brasil todo esculhambado, ferrado, paralisado e pisoteado, ficamos assim:
P = 50% * 50%*50% * 50% * 50% *50% = ½ * ½ * ½ * ½ * ½ * ½  = 1/64. Isto corresponde a 1 chance em 64 possíveis logo, as chances de novas eleições presidenciais diretas antes de 2018 são de 1,56%. Olguinha, meu amor, o que você não pede chorando que não faço sorrindo...
Agora, as chances do povo brasileiro se ferrar feio com este samba do crioulo doido irresponsável e criminoso patrocinado pela oposição são de exatos 100%  - sem necessidade de se usar da burra ciência das probabilidades.
CQD.

quinta-feira, abril 07, 2016

Entrevista da Marina Silva no Jô

A Marina é um "político" como todos os outros: as vezes fala bonito, as vezes fala algo vago para não responder a pergunta, as vezes diz que não tem nenhuma ambição pessoal, às vezes fala em um ideal que parece muito distante de concretizar. Mas o discurso dela parece fugir do autoritarismo incrustado no petismo e no tucanismo. Decisões polêmicas tem que ser decididas no congresso ou no STF. Não adianta nada um presidente que sabe de tudo, mas politicamente nao consegue dar poder as instituições que vão colocar todas as milhares de políticas públicas em prática.
Como disse a jurista Janaina na comissão do impeachment, a Dilma age como se fosse dona de todas as instituições. Agora, o feitiço virou contra o feiticeiro: em nome da politicagem mais rasteira, a mesma praticada pelo governo durante anos, os políticos investigados na Lava Jato manipulam como querem a lei para se safarem e, de quebra, impichar a presidente. Tudo faz parte do mesmo vale tudo tão utilizado pelo PT nos últimos tempos.
Enfim, presidente não tem que impor sua opinião a qualquer custo, tem que seguir as leis. E isso não é falta de opinião, mas colocar o ideal democrático em primeiro lugar.
Entrevista da Marina no Jô
http://globoplay.globo.com/v/4917278/
Janaina Paschoal: Dilma acredita ser dona de tudo.
https://www.youtube.com/watch?v=Py5y5wEg2OQ



by Marcelo

quarta-feira, abril 06, 2016

Trump: A democracia está virando idiocracia?

enquanto o brasil se debate contra o populismo oligarquico de sempre, os EUA caminham para uma democracia ainda mais marqueteira, já iniciada pelo pop star Obama. Nessa nova política, ser popular e carismático pode ser ainda mais importante do que já foi na história. Duas questões são importantes: fugir do politicamente correto e o peso dos recursos de marketing para uma sociedade teoricamente apolitizada e que não pode ser dividida entre classes ou esquerda e direita. 

Será que a democracia está virando uma Idiocracy, como no filme? 
Veja mais sobre isso na reportagem do The Telegraph:
http://www.telegraph.co.uk/film/idiocracy/donald-trump-president-predictions/



by Marcelo