sábado, abril 25, 2015

Quanto vale a corrupção na Petrobras?

Um problema importante importante para o combate a corrupção é que nunca sabemos o  valor dela. Esse tipo de crime ocorre exatamente porque os corruptores tem mais informações sobre os meandres do  sistema e como burlá-lo.

Comparações entre os países podem ser úteis, mas no geral não possibilita a conclusão sobre o agregado que foi surrupiado pela corrupção. Afinal, como separar a incompetência e a falta de transparência, que se vê todos os dias em todas as esferas, do roubo puro e simples? A falta de transparência e o excesso de burocracia são essenciais para perpetuar esse sistema malévolo.


No caso da Petrobrás, além da corrupção com o pagamento de propina, havia um cartel, associação para combinar preços ou licitações, o que é considerando crime econômico contra as normas de regulação do mercado. Ao que parece, a propina era, na verdade, o custo do cartel - o preço do "ingresso" para participar da quadrilha - essa "parcela" ficava com os políticos e diretores da estatal. Para o cartel ter valido a pena para os empreiteiros, as empresas devem ter lucrado ainda mais de forma criminosa nas licitações das obras - acima do que seria visto em um mercado competitivo - através de superfaturamento de preços, aditivos - operações novamente facilitadas pela falta de transparência e uma burocracia de licitações muito específica da Petrobrás.

Resumindo, o pagamento de 3% de propina foi só o valor da propina. Na verdade essa é apenas a parcela dos políticos e funcionários da Petrobrás. Num cartel desse tamanho e grau de organização, o mais provável é que todos os preços estejam superfaturados e o valor da corrupção seja bem maior. Esse texto do economista João Manuel de Mello explora melhor esse ponto:

http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/leis-da-oferta/2015/04/23/balanco-da-petrobras-a-corrupcao-tragou-so-r-62-bi/

MAC